Motorista de carreta envolvido em tragédia com 39 mortes em MG usava múltiplas drogas, aponta laudo

Exame toxicológico detectou cocaína, ecstasy e álcool; Justiça destaca negligência e decreta prisão preventiva

Ônibus pegou fogo após colidir contra carreta — Foto: Corpo de Bombeiros MG/Divulgação

O motorista Arilton Bastos Alves, envolvido no grave acidente na BR-116, em Teófilo Otoni (MG), que resultou na morte de 39 pessoas, usava cocaína, ecstasy e outras substâncias, segundo laudo toxicológico realizado dois dias após a tragédia, em 23 de dezembro. Nesta terça-feira (21), ele foi preso no Espírito Santo após a Justiça reconsiderar a decisão inicial que havia negado sua prisão preventiva.

De acordo com a análise toxicológica, além de cocaína e ecstasy, foram detectadas substâncias como MDA, alprazolam e venlafaxina. O motorista consumiu ainda cocaína e álcool etílico de forma simultânea, conforme o relatório pericial.

Conjunto de fatores agravantes

O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni, destacou que o acidente foi agravado por uma série de negligências:

  • Excesso de peso: a carreta transportava 91 toneladas, quase o dobro do permitido.
  • Velocidade acima do limite: o veículo chegou a trafegar a 132 km/h em trecho onde o limite era de 80 km/h.
  • Uso de drogas e álcool: fator determinante na condução imprudente.
  • Fuga do local: o motorista abandonou o cenário do acidente e se apresentou apenas dois dias depois.

“Não se trata de um simples descuido, mas de uma deliberada assunção de risco”, escreveu o juiz na decisão.

Defesa questiona prisão preventiva

A defesa do motorista afirmou estar surpresa com a prisão preventiva, alegando que o caso ainda está em fase de investigação e que todas as medidas jurídicas cabíveis serão tomadas para garantir o devido processo legal e o direito de defesa.

Dinâmica do acidente

A tragédia ocorreu na madrugada de 21 de dezembro e envolveu uma carreta, um ônibus de viagem e um carro. Segundo a perícia, o acidente foi desencadeado pelo tombamento do segundo semirreboque da carreta, que transportava blocos de quartzito. Um dos blocos, com mais de 30 toneladas, se desprendeu e colidiu frontalmente com o ônibus, causando as mortes.

Apesar de relatos iniciais sugerirem um pneu estourado no ônibus, testemunhas negaram ter ouvido explosões, e peritos apontaram que o excesso de peso e a velocidade da carreta foram determinantes para o ocorrido.

A tragédia expôs mais uma vez a precariedade e os riscos associados ao transporte rodoviário de cargas no Brasil, levantando questionamentos sobre a fiscalização e a segurança nas estradas.

Fonte: G1

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem