Pesquisa americana associa consumo leve a moderado à perda precoce de flexibilidade cognitiva
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Foto: Medical office © DarioGaona/istock |
Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, acende um novo alerta sobre o impacto do álcool no cérebro: o consumo regular, mesmo em níveis leves a moderados, pode acelerar o envelhecimento cerebral em adultos jovens, entre 20 e 30 anos. Os resultados foram publicados na revista científica Alcohol: Clinical and Experimental Research.
A pesquisa utilizou ressonância magnética em alta resolução e inteligência artificial para calcular a Diferença de Idade Predita (DAP) cerebral, uma estimativa de quanto o cérebro aparenta ser mais velho do que a idade cronológica do indivíduo. Foram analisadas 58 pessoas, das quais a maioria iniciou o consumo de álcool ainda na adolescência.
Os dados revelaram que, quanto maior o consumo de álcool, maior a aceleração do envelhecimento cerebral. Os participantes com maior envelhecimento cerebral cometeram mais erros de perseverança em testes cognitivos — um sinal de inflexibilidade comportamental, característica típica de cérebros envelhecidos.
Embora o consumo de álcool, isoladamente, não tenha previsto diretamente as falhas cognitivas, a pesquisa encontrou uma ligação clara entre a aceleração do envelhecimento do cérebro e a perda de flexibilidade cognitiva. Esse déficit pode comprometer a capacidade de adaptação a mudanças, dificultar a resolução de problemas e favorecer comportamentos repetitivos e prejudiciais, como a manutenção do consumo alcoólico, mesmo diante de consequências negativas.
O estudo destaca a necessidade de repensar o consumo de álcool entre jovens adultos, alertando para efeitos silenciosos e duradouros na saúde mental e cognitiva. A perda precoce de flexibilidade cerebral pode ser um dos primeiros passos para transtornos mais graves no futuro.
Fonte: MSN