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Máquina agrícola é usada em lavoura de milho no município de Maringá, no Paraná - Rodolfo Buhrer - 13.jul.2022/Reuters |
O desempenho econômico, entretanto, mostrou uma desaceleração no segundo semestre do ano, após o ímpeto observado no setor agropecuário nos primeiros meses. Segundo o IBGE, o PIB registrou estagnação (0%) no quarto trimestre de 2023 em relação aos três meses anteriores. Para esse período, a expectativa mediana dos analistas era de uma variação de 0,1%, de acordo com dados da Bloomberg.
Essa estagnação também foi observada no terceiro trimestre de 2023, quando o PIB não apresentou crescimento em comparação com o trimestre anterior. O desempenho nesse período foi revisado pelo IBGE de 0,1% para 0%.
O ano de 2023, o primeiro sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi caracterizado pelo aumento na produção agrícola, impulsionando o PIB no início do ano. A agropecuária teve um papel fundamental, com crescimento de 15,1%, alcançando um recorde no acumulado do ano, de acordo com o IBGE, cuja série histórica remonta a 1996.
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, destacou a importância do setor agropecuário na economia brasileira, ressaltando o papel da soja e do milho nesse desempenho positivo.
Além da agropecuária, os setores de serviços (2,4%) e indústria (1,6%) também registraram avanços ao longo do ano. O destaque na indústria foi para as indústrias extrativas, com um aumento de 8,7% devido à expansão da extração de petróleo, gás natural e minério de ferro.
No que diz respeito à demanda, o consumo das famílias teve um crescimento de 3,1% em relação a 2022, influenciado pela melhora das condições do mercado de trabalho e pelos programas de transferência de renda do governo, conforme apontou Palis.
No entanto, os altos índices de juros representaram um desafio para um avanço mais significativo do consumo, com o ciclo de cortes da taxa básica, a Selic, iniciando somente em agosto.
Para o PIB de 2024, as projeções indicam uma desaceleração, com analistas do mercado esperando um avanço de 1,75%, segundo dados do boletim Focus do Banco Central. Embora as estimativas tenham aumentado ao longo de 2023, o cenário para o próximo ano é desafiador, especialmente devido a fenômenos climáticos extremos que afetam a produção agrícola e a incerteza em relação aos efeitos da queda dos juros sobre o consumo.
A economia brasileira enfrenta um contexto de mudanças e desafios, exigindo políticas e estratégias adequadas para impulsionar o crescimento e a recuperação econômica em meio a um cenário global complexo e volátil.
Fonte: Folha de S. Paulo
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Economia