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Covid-19 afeta o cérebro e pode provocar a redução de pontos do QI (Imagem: Freepik) |
Pesquisadores do Imperial College London, cujos achados foram publicados na prestigiosa revista científica The New England Journal of Medicine, revelaram que a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 pode resultar em déficits cognitivos duradouros, incluindo dificuldades de memória e concentração, mesmo após a recuperação inicial.
O estudo, baseado em uma amostra de quase 3 milhões de indivíduos britânicos afetados pela COVID-19 desde 2020, concentrou-se em mais de 800 mil pacientes, incluindo aqueles com COVID longa, que enfrentaram sintomas persistentes por pelo menos 12 semanas.
Resultados Reveladores
Os pacientes com COVID longa mostraram os maiores déficits cognitivos, mas mesmo após a resolução dos sintomas, a função cognitiva ainda estava comprometida em comparação com aqueles que tiveram casos leves da doença. A revelação mais preocupante foi que os déficits cognitivos surgiram simplesmente por terem sido infectados pelo vírus.
Redução no QI
Um estudo subsequente liderado pelos cientistas Ziyad Al-Aly, da Universidade Washington em St. Louis, e Clifford J. Rosen, da Universidade Tufts, analisou mais profundamente o impacto da COVID-19 no cérebro. Constatou-se que pacientes com casos leves de COVID-19 ou aqueles que se recuperaram da COVID longa experimentaram uma redução de 3 pontos no QI. Para os indivíduos com COVID longa não resolvida, a perda estimada foi de 6 pontos, enquanto aqueles que requereram UTI enfrentaram uma queda de até 9 pontos. Casos de reinfecção podem resultar em uma perda adicional de 2 pontos no QI.
Causas da Perda de QI
Embora os cientistas ainda não compreendam completamente os mecanismos por trás da redução no QI pós-COVID-19, duas principais hipóteses estão em consideração. Uma delas sugere que o vírus pode levar à fusão de neurônios, contribuindo para a perda cognitiva. A outra hipótese está relacionada à neuroinflamação induzida pelo vírus, que pode acelerar o envelhecimento celular e aumentar o risco de condições como a doença de Alzheimer no futuro.
No entanto, há uma boa notícia: os problemas de memória e concentração foram mais intensos durante as primeiras ondas da pandemia, especialmente com a cepa original do vírus ou a variante Alfa, em comparação com a Ômicron. Isso sugere que a perda de QI estimada pode variar com o tempo e com as diferentes variantes do vírus.
À medida que continuamos a entender os efeitos duradouros da COVID-19, é crucial investir em pesquisas que não apenas ajudem a elucidar os mecanismos subjacentes, mas também a desenvolver estratégias de prevenção e tratamento para proteger a saúde cognitiva da população afetada.
Fonte: Canal Tech
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Saúde