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Gustavo Vara - Prefeutra de Pelotas |
Uma pesquisa recente divulgada pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) revelou uma realidade preocupante: 94% dos municípios brasileiros carecem de preparo adequado para lidar com tragédias climáticas. O estudo, conduzido em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), examinou a presença de 25 estratégias essenciais para enfrentar eventos como enchentes, inundações e deslizamentos de encostas. Os resultados são alarmantes, indicando uma lacuna significativa na prevenção e preparação dessas localidades.
A análise, que considerou dados da edição de 2020 da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), revelou uma preocupação particular no estado do Rio Grande do Sul. O recente volume de chuvas na região, registrado desde o mês anterior, desencadeou uma série de tragédias, deixando diversas cidades submersas e forçando a evacuação de mais de 600 mil pessoas. Infelizmente, mais de 160 mortes foram registradas como resultado desses eventos catastróficos.
No contexto gaúcho, dos 497 municípios, 304 foram identificados como tendo menos de 20% das estratégias de prevenção climática implementadas. Embora a capital, Porto Alegre, apresente um desempenho ligeiramente melhor, com 44% das estratégias adotadas, apenas uma cidade no estado, Itatiba do Sul, alcançou mais de 80% de implementação.
Além disso, uma avaliação da percepção pública conduzida pelo ICS em colaboração com o Instituto de Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) destaca a preocupação dos brasileiros com questões ambientais e ações governamentais. Segundo a pesquisa, 79% dos entrevistados acreditam que as prefeituras podem contribuir significativamente no combate às mudanças climáticas.
Quando questionados sobre os principais problemas ambientais em suas cidades, o calor e o aumento da temperatura foram citados por 30% dos entrevistados, seguidos pela poluição do ar (29%), poluição dos rios e mares (25%) e enchentes ou alagamentos (24%). Nas capitais, enchentes e poluição do ar lideraram as preocupações, com 37% de citações cada.
A pesquisa também revelou diferenças regionais nas preocupações ambientais. Enquanto a poluição do ar foi destacada como o principal problema no Sul e Sudeste, o calor e o aumento da temperatura foram mais preocupantes no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do país. Nessas regiões, questões como sistema de esgoto, desmatamento e falta de coleta de lixo também surgiram como preocupações acima da média nacional.
Diante desses resultados, torna-se evidente a necessidade urgente de políticas públicas e medidas eficazes para lidar com os desafios climáticos em todo o Brasil, garantindo a segurança e o bem-estar das comunidades vulneráveis em face das mudanças ambientais cada vez mais intensas e frequentes.
Fonte: Agência Brasil