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Imagem divulgação |
Apesar dos esforços para reintroduzir a identificação de estado e município de registro nos veículos, a placa Mercosul continua enfrentando desafios significativos relacionados à segurança, os quais parecem distantes de serem resolvidos pelo atual projeto de lei em trâmite no Congresso.
Desde sua implementação em todo o Brasil em 2020, o modelo atual de identificação veicular tem enfrentado críticas por ter perdido uma série de elementos de segurança presentes no projeto original, como o lacre da placa cinza, substituído por um QR Code em nome da economia de custos.
Esta simplificação não tem sido eficaz na prevenção de fraudes e clonagens grosseiras, muitas das quais passam despercebidas pela fiscalização, incluindo placas falsas feitas de materiais como PVC e até papelão, como evidenciado nas imagens que acompanham esta reportagem, e que podem ser adquiridas facilmente pela internet.
Além disso, há relatos de problemas no processo de produção das placas, incluindo desvios de chapas oficiais e outros insumos que alimentam o mercado clandestino.
Além da questão da identificação de cidade e estado, essas falsificações, juntamente com as vulnerabilidades no processo de produção e distribuição das placas, têm motivado associações de fabricantes de placas veiculares a discutir a necessidade de outras mudanças na placa Mercosul.
"Abordar a questão das placas veiculares hoje significa discutir toda a segurança viária e pública. É crucial destacar a necessidade de um controle mais eficaz em toda a cadeia produtiva. A placa veicular é um documento, não um mero acessório disponível sem restrições na internet, como vemos hoje com a proliferação de placas ilegais produzidas em gráficas pelo Brasil, o que dificulta as fiscalizações estaduais e federais", afirma Ivanio Inácio da Silva, presidente da Associação Nacional de Estampadores de Placas Veiculares.
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Durante poucos meses, em 2018, quando estreou em caráter experimental no Rio de Janeiro, placa Mercosul teve indicação de cidade e estado Imagem: Paulo Fernandes/Foto Arena |
O IBDTrânsito (Instituto Brasileiro de Direito de Trânsito), que participou da audiência pública sobre o projeto de lei que visa reintroduzir a identificação de estado e município, também destaca a necessidade de medidas para abordar os problemas de fragilidade e insegurança das placas veiculares. O órgão baseia sua posição em um relatório do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) que aponta falhas na fiscalização das placas nas rodovias.
Fonte: UOL