Desigualdade e Tecnologia: O desafio global da requalificação profissional

Futuro do trabalho exige enfrentamento de barreiras socioeconômicas e qualificação contínua

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Relatório sobre o Futuro dos Empregos, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, projeta um saldo positivo de 78 milhões de empregos globalmente até 2030, resultado da criação de 170 milhões de novas ocupações e a eliminação de 92 milhões. No entanto, o acesso desigual à educação e à tecnologia ameaça transformar esse avanço em uma oportunidade exclusiva para economias mais desenvolvidas, ampliando o fosso entre países e populações.

Para países como o Brasil, a "revolução da requalificação" traz à tona desafios históricos de desigualdade socioeconômica que comprometem a inclusão das populações mais vulneráveis no mercado de trabalho do futuro.

Desafios estruturais e passos necessários

Thais Requito, consultora especialista em futuro do trabalho, alerta para a necessidade de políticas públicas focadas em educação e qualificação de pessoas em situação de vulnerabilidade. “Precisamos olhar para as pessoas menos favorecidas que ocupam postos de trabalho facilmente substituíveis pela tecnologia. Subsídios, renda básica universal e acesso à educação são medidas essenciais para que essas populações sejam absorvidas no mercado de trabalho", afirma.

Além das questões socioeconômicas, tensões geopolíticas e mudanças demográficas também influenciam o futuro do emprego. O envelhecimento populacional, por exemplo, já amplia a demanda por cuidadores, enquanto o avanço de políticas isolacionistas ameaça a cooperação global necessária para enfrentar os desafios dessa transformação.

Habilidades humanas: um diferencial permanente

Embora a automação transforme radicalmente diversas ocupações, habilidades humanas como empatia, pensamento crítico, autorregulação e curiosidade permanecem relevantes. Segundo Requito, essas competências ajudam os trabalhadores a se adaptarem a novas funções e contextos. "Independente da carreira escolhida, essas habilidades serão determinantes para o sucesso e a resiliência em um mercado de trabalho em constante evolução", explica.

Perspectivas globais e brasileiras

O relatório, que abrange 55 economias, inclusive a brasileira, reforça que o progresso dependerá de esforços conjuntos entre governos, empresas e sociedade civil. Sem enfrentar as barreiras de desigualdade, a transição para o futuro do trabalho corre o risco de aprofundar as disparidades econômicas e sociais em vez de mitigá-las.

Para acessar o relatório completo, basta consultar o site do Fórum Econômico Mundial. O documento detalha os setores em ascensão e as competências mais demandadas para o mercado até 2030.

Fonte: Agência Brasil

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