"Inexplicável" conquista o mundo na Netflix e surpreende até o diretor: “Achei que ia se perder no catálogo”

Filme brasileiro que passou discretamente pelos cinemas vira fenômeno internacional no streaming e emociona o público com história real de esperança

Letícia Spiller e Eriberto Leão em cena de "Inexplicável" - Imagem reprodução

Lançado discretamente nos cinemas em dezembro, o longa-metragem brasileiro Inexplicável teve um desempenho modesto nas bilheteiras — longe de competir com os blockbusters internacionais. Mas tudo mudou em 16 de abril, quando o filme chegou ao catálogo da Netflix. Desde então, virou um fenômeno de audiência: está há três semanas consecutivas no Top 10 global da plataforma e não dá sinais de queda.

O sucesso inesperado é assinado por Fabrício Bittar, que dirigiu e coescreveu o roteiro ao lado de Andrea Yagui. Em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, o cineasta tenta entender por que o filme tocou tanta gente — inclusive fora do Brasil.

“A história é universal, fala de algo com que qualquer pessoa pode se identificar. E o fato de ser uma história real, que parece não ter explicação — como o título diz —, também chama atenção. A vida é dura, e às vezes achamos que coisas ruins só acontecem com a gente. Mas aí você vê uma história intensa, real, e que termina bem. Isso enche as pessoas de esperança”, afirma Bittar.

Nem o próprio diretor esperava que Inexplicável fosse se destacar em meio à vasta concorrência do streaming. “Eu tinha muito receio de não funcionar, porque a Netflix atinge muita gente, mas tem muito conteúdo. A chance de o filme se perder no meio de tudo era enorme, né?”, admite.

O temor, no entanto, se dissipou rapidamente. Inexplicável estreou em primeiro lugar em diversos países e se manteve entre os mais assistidos mesmo semanas depois. Além do Brasil, o filme também teve grande destaque em Portugal e vários países da América Latina.

“Mesmo depois de estrear em primeiro, rolava um medinho. Eu pensava: será que vão continuar vendo? Será que o interesse vai cair quando estrearem produções maiores? Porque a gente está disponível só em 19 países e compete com filmes que têm lançamento mundial e grandes campanhas de divulgação”, pondera o cineasta.

No último ranking semanal da Netflix, divulgado nesta terça-feira (6), Inexplicável aparece em sexto lugar entre os filmes de língua não inglesa mais assistidos. Está atrás apenas de produções originais da própria plataforma, que receberam investimento pesado em marketing e distribuição global.

Para Fabrício, o que mais emociona é a forma como o público tem reagido. “A maior alegria é saber que está atingindo tanta gente. O nosso objetivo com um filme é esse: que seja visto, que toque as pessoas. E os relatos que estou recebendo do México, do Uruguai, de gente que viveu algo parecido, são muitos. Gente de todas as idades, religiões, classes sociais”, celebra.

Apesar do sucesso estrondoso, a Netflix ainda não procurou Bittar para desenvolver algum conteúdo original. Ele, no entanto, afirma estar aberto a parcerias futuras com a plataforma.

Enquanto isso, o diretor segue com a agenda cheia. Está finalizando o filme biográfico O Rei da Internet, estrelado por João Guilherme e Marcelo Serrado, e já prepara as filmagens da série Quando Ela Desaparecer, baseada no livro homônimo de Victor Bonini.

Fonte: MSN