Levantamento do projeto Alerta Digital mostra que criminosos usam números novos para pedir Pix, com prejuízo médio de R$ 2.200 por vítima e picos que ultrapassam R$ 11 mil.
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Imagem divulgação |
Um velho conhecido das autoridades se tornou a principal ameaça digital para os consumidores no Piauí. O golpe do "falso parente no WhatsApp" foi responsável por uma em cada quatro fraudes registradas no estado durante o mês de maio, totalizando 158 ocorrências de um universo de 613 analisadas. O dado alarmante foi divulgado pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), através de um novo projeto do Ministério Público do Piauí (MPPI), o Alerta Digital.
Na prática, os criminosos abordam as vítimas a partir de números de telefone desconhecidos, mas utilizam a foto de um familiar ou amigo e se passam por essa pessoa para solicitar transferências urgentes via Pix ou o pagamento de boletos.
A análise detalhada dos casos mostra que o prejuízo financeiro é significativo. Em média, cada vítima perdeu R$ 2.200, mas houve um registro em que o rombo em uma única ocorrência chegou a R$ 11.700. Os golpes se espalharam por 34 municípios piauienses, concentrando-se principalmente na capital, Teresina.
Um dos pontos mais importantes revelados pelo levantamento derruba um mito comum: na maioria das vezes, o chip da pessoa não foi clonado. A análise aponta que 58,28% das tentativas de fraude partiram de números que não estavam salvos na agenda das vítimas, indicando que os golpistas simplesmente compram novos chips para aplicar o golpe.
“O projeto Alerta Digital busca trazer à tona os dados que realmente ajudam o consumidor a se proteger. Em vez de ampliar o volume de informações, nossa proposta é destacar os riscos mais recorrentes”, explica Nivaldo Ribeiro, coordenador-geral do Procon/MPPI. “Com base em fatos concretos, mostramos onde estão as principais ameaças e quais cuidados são mais eficazes”, completa.
Como se proteger?
O Procon/MPPI reforça orientações essenciais para evitar cair no golpe:
- Desconfie sempre: Recebeu mensagem de um número desconhecido, mesmo com a foto e o nome de um parente? Desconfie imediatamente.
- Confirme a identidade: Nunca faça uma transferência ou pagamento sem antes confirmar a história. Ligue para o número antigo da pessoa ou para outro familiar para verificar se o pedido é real.
- Não ceda à pressão: Golpistas costumam criar um senso de urgência. Mantenha a calma e faça a verificação antes de qualquer ação.
- Registre o Boletim de Ocorrência: Caso seja vítima, o primeiro passo é registrar um B.O. Isso é fundamental para a investigação policial e para tentar reaver os valores junto ao banco.