Com tecnologia inovadora, Caio Burton desenvolve aplicativo que usa inteligência artificial para identificar sinais faciais da doença e conquista o Prêmio Destaque em Iniciação Tecnológica do CNPq
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Estudante Caio Burton Alencar Pereira vencedor de Prêmio do CNPq - Foto: ASCOM UFPI |
O estudante Caio Burton Alencar Pereira, do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), foi reconhecido nacionalmente por sua contribuição à pesquisa científica e tecnológica. Ele foi um dos vencedores do 22º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica – Edição 2024, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A premiação ocorrerá durante a 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), de 13 a 19 de julho, na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Recife.
Atualmente cursando o 7º período da graduação, Caio foi agraciado na categoria Bolsista de Iniciação Tecnológica (IT), na área de Ciências Exatas, da Terra e Engenharias. Seu projeto, desenvolvido com apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), propõe um aplicativo móvel que utiliza inteligência artificial (IA) para auxiliar no diagnóstico precoce da Doença de Parkinson, analisando imagens faciais em busca de hipomimia — redução da expressividade facial, sintoma característico da doença.
O estudante relata que foi surpreendido com a notícia diretamente pelo presidente do CNPq, Ricardo Magnus Osório Galvão. “Receber esse reconhecimento é motivo de grande orgulho e me motiva ainda mais. O prêmio comprova a relevância científica e o impacto social do nosso trabalho. É uma conquista que compartilho com meu orientador, o laboratório LIMCI e toda a comunidade da UFPI”, afirmou.
Entre os principais desafios do projeto, Caio destaca a escassez de imagens para treinar os modelos de IA e as limitações técnicas dos dispositivos móveis. Para superar as dificuldades, a equipe desenvolveu uma API em nuvem, permitindo que o processamento fosse realizado remotamente, garantindo bom desempenho mesmo em celulares mais simples.
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFPI e orientador do projeto, professor Rodrigo Veras, ressaltou o mérito da conquista: “A premiação de Caio reflete a excelência da pesquisa aplicada que desenvolvemos na UFPI. A universidade pública mostra mais uma vez seu papel estratégico na produção de ciência e inovação que impacta positivamente a sociedade.”
O projeto teve início a partir de uma ideia do neurologista e professor Kelson James, que identificou na prática clínica o potencial da análise facial no diagnóstico precoce da doença. “Ao longo de anos atendendo pacientes com Parkinson, percebi que era possível identificar sinais apenas observando suas expressões. Com o avanço da IA, vi a oportunidade de transformar essa percepção em uma ferramenta útil para os profissionais de saúde”, relatou.
Para Kelson, o diferencial do projeto está na interseção entre medicina e tecnologia. “Essa é uma inovação com grande impacto social, que exemplifica como a inteligência artificial pode colaborar para diagnósticos mais rápidos e eficazes, sobretudo em regiões com menos acesso a especialistas”, destacou.
O Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica reconhece anualmente os melhores bolsistas dos programas PIBIC, PIBITI, PIBIC-Af e PIBIC-EM, com base na relevância, qualidade e contribuição dos projetos desenvolvidos. O reconhecimento conta com o apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A conquista de Caio Burton é motivo de celebração para a comunidade acadêmica piauiense e um exemplo inspirador de como a ciência, quando aliada à inovação, pode transformar realidades.
Com informações da UFPI