Polícia prende 17 suspeitos e bloqueia 43 contas bancárias; prejuízo das vítimas pode chegar a R$ 500 mil
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Foto montagem Policia Civil-PI |
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), deflagrou nesta quinta-feira (21) a Operação Indébito, que desarticulou uma organização criminosa especializada em fraudes digitais contra usuários de planos de saúde. O golpe, conhecido como falso boleto, já fez cerca de 200 vítimas em todo o Brasil, sendo pelo menos 40 apenas no Piauí.
Segundo o delegado Humberto Mácola, responsável pela investigação, 17 pessoas foram presas e o prejuízo estimado varia entre R$ 200 mil e R$ 500 mil. Entre os detidos está um hacker que admitiu ter desenvolvido os sites fraudulentos usados no esquema. Ele relatou detalhes da atuação do grupo e revelou que, até a véspera da operação, ainda mantinha contato com integrantes da quadrilha em São Paulo.
Estrutura do golpe
A apuração revelou que os criminosos criaram sites falsos de operadoras como Unimed e Humana Saúde, além de anúncios patrocinados em plataformas de busca. Quando as vítimas pesquisavam pela emissão de segunda via de boletos, eram direcionadas para essas páginas falsas e, em seguida, atendidas por criminosos que se passavam por funcionários oficiais via WhatsApp.
De posse dos dados pessoais e bancários das vítimas, o grupo emitia boletos adulterados. Muitas pessoas só descobriam o golpe meses depois, quando recebiam novas cobranças das empresas reais, acreditando já ter quitado os débitos.
O delegado explicou que o grupo possuía uma estrutura hierárquica organizada, com núcleos distribuídos em diferentes estados:
Um núcleo na Paraíba era responsável pela criação dos sites falsos;Hackers contratados em São Paulo desenvolviam as páginas fraudulentas;
Operadores se passavam por atendentes, abordando as vítimas pelo WhatsApp;
“Laranjas” recebiam os valores, que eram rapidamente transferidos para outras contas, dificultando o rastreio.
Mandados e bloqueios
Ao todo, foram expedidos 80 mandados judiciais pela Central de Inquéritos de Teresina, entre prisões temporárias e buscas e apreensões. A Justiça também determinou o bloqueio de 43 contas bancárias ligadas aos investigados, medida que busca assegurar o ressarcimento das vítimas.
A operação contou com o apoio das Polícias Civis de São Paulo, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Alerta à população
A Polícia Civil reforça o alerta à população para que redobre os cuidados ao acessar sites de serviços e sempre utilize os canais oficiais das empresas. Em caso de dúvida, recomenda-se verificar diretamente com a operadora ou instituição financeira antes de efetuar pagamentos.
“Esse tipo de crime é sofisticado e pode enganar até pessoas mais atentas. É fundamental desconfiar de links patrocinados e buscar sempre os meios oficiais para evitar prejuízos”, destacou o delegado Humberto Mácola.
Fonte: Cidade Verde