TV 3.0 chega ao Brasil e promete revolucionar a forma de assistir televisão

Nova geração da TV aberta vai unir internet, interatividade e imagem de alta qualidade; decreto será assinado pelo presidente Lula nesta quarta-feira (27)

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O Brasil dá um passo decisivo na modernização da radiodifusão. Nesta quarta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina no Palácio do Planalto o decreto que regulamenta a TV 3.0, considerada a “televisão do futuro”. A iniciativa promete transformar a experiência de milhões de brasileiros, trazendo mais interatividade, integração com a internet e qualidade superior de som e imagem.

Segundo o Ministério das Comunicações, o novo sistema coloca o país na vanguarda mundial da televisão aberta, resgatando a relevância do meio diante da concorrência das plataformas de streaming.

O que muda com a TV 3.0

A grande inovação está na fusão entre broadcast (transmissão aberta) e broadband (internet). Isso permitirá que as emissoras ofereçam não apenas o sinal tradicional, mas também conteúdos adicionais sob demanda, aplicativos e até a possibilidade de realizar compras diretamente pelo controle remoto (T-commerce).

Entre as funcionalidades previstas estão:

📊 Votações em tempo real durante programas;

🎬 Conteúdos extras como séries, programas e jogos sob demanda;

📲 Integração com serviços digitais do governo;

📢 Alertas de emergência imediatos;

Novos recursos de acessibilidade;

🛒 Comércio eletrônico direto pela TV.

Além disso, os canais de TV aberta terão ícones de destaque no catálogo dos aparelhos, recuperando espaço perdido para aplicativos de streaming nas Smart TVs atuais.

Cronograma de implantação

A migração será gradativa, começando pelas grandes cidades, assim como ocorreu na transição da TV analógica para a digital. A expectativa é que parte da população já possa usufruir da tecnologia durante a Copa do Mundo de 2026, que acontecerá nos Estados Unidos, México e Canadá.

Impactos para emissoras e telespectadores

Para as emissoras, a mudança exigirá investimentos em novos transmissores e licenciamento de tecnologia. Já os telespectadores precisarão de conversores ou televisores compatíveis.

Outro desafio é a universalização do acesso à internet de qualidade, ainda distante para grande parte da população. De acordo com o Cetic.br, apenas 22% dos brasileiros possuem conectividade satisfatória, considerando custo, velocidade e acesso em múltiplos dispositivos.

TV pública e inclusão digital

No campo público, a TV 3.0 terá papel fundamental para emissoras educativas e legislativas, além de garantir espaço para o Governo Digital. A ideia é permitir que qualquer televisor conectado à internet ofereça acesso a canais e serviços oficiais, ampliando a integração entre Estado e cidadão.

Marcelo Moreno, professor da UFJF e especialista em TV digital, ressalta que a TV 3.0 “devolve visibilidade à TV aberta e abre espaço para personalização e inovação”.

Desafios e oportunidades

Apesar dos obstáculos, especialistas acreditam que a tecnologia pode frear a queda de audiência da TV aberta, atraindo novamente o público para a tela principal da casa, mas agora com uma experiência próxima à do streaming.

Raymundo Barros, diretor de Estratégia de Tecnologia da Globo e presidente do Fórum SBTVD, afirma:

“A TV 3.0 não é apenas uma evolução tecnológica, é uma renovação do compromisso da radiodifusão com a informação, a cultura e a ética”.

A TV 3.0 representa um marco na história da comunicação no Brasil, modernizando a televisão aberta, aumentando a interatividade e garantindo novos serviços para os brasileiros.

Fonte: Agência Brasil

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