Pressão do governo Trump com ameaças e lei Magnitsky fortaleceu apoio dos ministros ao relator Alexandre de Moraes
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Sessão de julgamento do ex-presidente BolsonaroImagem: Getty Images |
A pressão exercida pelo governo de Donald Trump sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento da trama golpista não conseguiu intimidar os ministros brasileiros. Pelo contrário: serviu como combustível para reforçar a coesão interna e acelerar a conclusão do processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde julho, os Estados Unidos haviam imposto um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros e incluído o ministro Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, além de revogar vistos do procurador-geral Paulo Gonet e de magistrados do STF — com exceção de Luiz Fux, único a votar pela absolvição de Bolsonaro, e dos ministros indicados pelo próprio ex-presidente, André Mendonça e Kassio Nunes Marques.
Reação institucional
O presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, acelerou o calendário, convocou sessões extras e suspendeu pautas do plenário, o que permitiu encerrar o julgamento antes do previsto. O resultado foi a condenação de Bolsonaro e outros sete aliados por crimes ligados ao plano de golpe de Estado.
Racha exposto
O único voto divergente foi de Luiz Fux, que defendeu a absolvição ampla de Bolsonaro e criticou a atuação do Supremo, o que gerou desconforto entre seus pares. Embora não tenha pedido vista, Fux fez questão de discursar por horas, expondo fissuras internas.
Fonte: UOL