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Foto: Sergio Lima/AFP |
O mais recente Estudo Global sobre Homicídios 2023, divulgado pela ONU nesta sexta-feira (8), destaca a preocupante liderança do Brasil no cenário mundial de homicídios. Com um registro de 47.722 assassinatos em 2020, o país representa 10,4% do total global. Em uma análise per capita, o Brasil ocupa a 11ª posição, apresentando 22,38 mortes para cada 100 mil habitantes, quase quatro vezes acima da média global.
A análise global revela que, no ano de referência de 2021, dos 458 mil homicídios registrados em todo o mundo, 10,4% ocorreram no Brasil. Em termos per capita, o país sul-americano mantém uma posição alarmante, superando a média global com uma taxa de 22,38 homicídios a cada 100 mil habitantes.
É assustador constatar que, globalmente, mais pessoas perderam a vida devido a homicídios do que em conflitos armados e atos terroristas combinados, com uma média de 52 vítimas a cada hora. O relatório, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), ressalta que o total de homicídios em 2021 foi quatro vezes superior à média anual de mortes em conflitos armados.
O Brasil lidera o ranking absoluto de homicídios, seguido pela Nigéria (44.200 em 2019) e Índia (41.330 em 2021). Outros países notáveis incluem México, África do Sul, Estados Unidos, Myanmar, Colômbia, Rússia e Paquistão.
A América Latina e o Caribe destacam-se como a região mais violenta do mundo, contribuindo com cerca de 27% dos homicídios globais. Apesar disso, a região experimenta uma tendência de queda nas mortes violentas, com uma redução de 14% entre 2017 e 2021, exceto no Equador, Nicarágua e Panamá.
No que diz respeito ao perfil das vítimas, homens representam 81% dos casos, enquanto mulheres têm maior probabilidade de serem mortas por familiares ou parceiros íntimos. O estudo revela que 15% das vítimas eram crianças.
O aumento preocupante do crime organizado e da violência sociopolítica, impulsionados em parte pelas consequências econômicas da covid-19, contribuíram para 2021 ser um ano excepcionalmente letal. Esse contexto levou a um aumento significativo dos homicídios em todo o mundo, evidenciando a complexidade dos fatores subjacentes a essa realidade.
Ghada Waly, diretora executiva do UNODC, destaca a necessidade de políticas baseadas em evidências e respostas preventivas para abordar as causas fundamentais da violência. Ela ressalta que a diversidade de fatores, desde a violência de gênero até a desigualdade social, requer abordagens específicas e personalizadas.
O estudo destaca que, desde 2000, aproximadamente 9,5 milhões de pessoas em todo o mundo foram vítimas de homicídios, um número que supera significativamente as mortes por ataques terroristas e conflitos armados. Esses dados reforçam a urgência de ações globais para enfrentar esse desafio complexo e preservar vidas.
Fonte: UOL
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