Pedido de Antecipação de Taxação Reflete Pressão sobre Fabricantes Nacionais
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Foto: Divulgação |
Representantes das montadoras se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, alegando que a taxação gradual não está freando a "concorrência desleal" dos produtos importados, principalmente da China. Desde janeiro deste ano, os veículos eletrificados importados são taxados em 10% (EVs), 15% (HEVs) e 12% (PHEVs), valores que aumentarão em julho para 18%, 25% e 20%, respectivamente. No entanto, as montadoras locais consideram essas taxas insuficientes.
O desconforto das montadoras nacionais é exacerbado pelo fato de que os principais importadores chineses, BYD e GWM, não repassaram os 10% de taxação aos consumidores, mantendo os preços estáveis e, em alguns casos, até reduzindo-os. Mesmo com o novo aumento de impostos em julho, é esperado que os preços dos modelos mais vendidos dessas empresas permaneçam inalterados, devido aos estoques acumulados antes da segunda fase de taxação.
A opinião pública, antes quase unanimemente a favor da regra anterior, começa a perceber que a qualidade dos produtos chineses eleva o padrão do mercado. Muitos consumidores questionam por que pagar mais por carros nacionais com menos qualidade e tecnologia comparados aos importados chineses que oferecem mais por menos.
O pedido da Anfavea para acelerar a taxação dos importados reflete um desespero diante da robusta produção chinesa. Com um mercado interno de 22 milhões de veículos e uma produção de 40 milhões, a China precisa exportar 18 milhões de veículos anualmente.
A antecipação da taxação apenas reforça que os chineses compreenderam e acertaram na leitura do mercado brasileiro. Embora a indústria nacional deva ser protegida, é crucial que as regras do jogo sejam respeitadas. Alterá-las prematuramente é uma falta grave, especialmente em um mercado globalmente competitivo.
Fonte: UOL