Federação União Progressista estreia com rachas internos e sinaliza afastamento de Lula

Nova aliança entre União Brasil e PP soma força no Congresso, mas enfrenta disputas regionais e incertezas sobre rumo político

Federação União-PP nasce com disputas internas e afastamento de Lula - Foto divulgação

Lançada nesta terça-feira (29), a federação partidária União Progressista, que reúne União Brasil e Progressistas (PP), já nasce marcada por conflitos internos, disputas regionais mal resolvidas e um movimento de distanciamento em relação ao governo do presidente Lula (PT), apesar de ocupar quatro ministérios na atual gestão.

Com 109 deputados federais e 14 senadores, a nova federação se torna a maior bancada da Câmara, ultrapassando o PL, e passa a ter um peso decisivo nas articulações políticas rumo às eleições de 2026. A presença de seis governadores, quase 1.400 prefeitos e cerca de 12 mil vereadores também dá dimensão da força do bloco, que pretende lançar candidaturas próprias em 70% dos estados.

Apesar da festa de lançamento no Salão Negro do Congresso, o clima nos bastidores é de cautela. Disputas antigas entre ex-integrantes do PSL e do DEM, além de rixas locais e regionais, já levantam a hipótese de migrações para partidos como o PSD na próxima janela partidária. Entre os exemplos de embates internos está a disputa no Paraná entre Sergio Moro (União) e Cida Borghetti (PP) e, na Paraíba, entre Efraim Filho e o vice-governador Lucas Ribeiro (PP).

O comando da federação será dividido inicialmente entre Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União Brasil), com Arthur Lira cotado para assumir no futuro. No campo presidencial, Ronaldo Caiado (União) segue como pré-candidato ao Planalto, mas o apoio da federação dependerá de articulações com nomes como Jair Bolsonaro (PL) e Tarcísio de Freitas (SP), com quem o grupo ainda pretende dialogar.

Embora mantenha ministérios no governo, a federação caminha para uma postura mais crítica e independente, reforçando um discurso voltado à responsabilidade fiscal, redução do tamanho do Estado e reforma administrativa, que seus líderes têm chamado de “choque de prosperidade”.

Nos bastidores, parte dos parlamentares admite que a união é mais pragmática do que ideológica — e que os próximos meses serão decisivos para consolidar a federação ou expor ainda mais suas fissuras.

Fonte: MSN

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem