Acordo entre as potências reduz tarifas recíprocas e impulsiona bolsas; dólar sobe e ouro recua com expectativa de retomada no comércio global
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Reprodução/Pixabay Países ainda precisam elaborar um acordo definitivo |
Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo temporário para suspender as tarifas recíprocas por 90 dias, acalmando os mercados e reacendendo as esperanças de uma solução para a guerra comercial que se intensificou nos últimos meses. O entendimento foi fechado após uma reunião entre representantes dos dois países em Genebra, na Suíça, e divulgado pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Com o acordo, as tarifas aplicadas durante o confronto comercial foram reduzidas para uma alíquota básica de 10%, conforme informou a Reuters. O dólar voltou a se valorizar frente a outras moedas e as bolsas dispararam, com destaque para os papéis do setor de tecnologia, especialmente os de fabricantes de chips.
A disputa tarifária, que ganhou força após Donald Trump retornar à presidência dos EUA, chegou a afetar US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo cadeias produtivas e provocando instabilidade financeira global. A China havia respondido com restrições à exportação de insumos estratégicos e elevação das tarifas sobre produtos norte-americanos.
Apesar de ser uma medida provisória, o consenso das delegações é de que ambos os lados querem preservar os laços comerciais. "O que aconteceu foi o equivalente a um embargo, e nenhum dos lados quer isso", afirmou Bessent. A trégua, ao menos temporariamente, estanca os temores de recessão mundial.
O impacto no mercado foi imediato: o índice Nasdaq subiu 3,31%, ações da Advanced Micro Devices e da Marvell Technology saltaram quase 5% e 7,5%, respectivamente, e o índice de volatilidade da CBOE recuou para seu nível mais baixo em mais de um mês. Por outro lado, o ouro caiu 3%, refletindo menor procura por ativos considerados seguros.
Agora, a expectativa é de que os próximos 90 dias sejam usados para a construção de um acordo comercial definitivo, que traga previsibilidade ao cenário econômico e reduza os riscos para investidores e consumidores.
Fonte: IG