Ministra do Meio Ambiente afirma que o Brasil não pode retroceder em avanços ambientais e pede mobilização da sociedade
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A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva — Foto: Sergio Lima/AFP |
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (22) que o licenciamento ambiental no Brasil sofreu um "golpe de morte" com a aprovação do Projeto de Lei 2.159/2021, que altera as regras do processo e foi aprovado na véspera pelo Senado. A declaração foi dada durante evento do Ministério do Meio Ambiente em parceria com o BNDES, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
“Não podemos retroceder nem um centímetro nas agendas em que o Brasil já avançou, inclusive no licenciamento ambiental, que agora sofreu um golpe de morte”, declarou Marina em tom incisivo. A ministra ainda convocou a sociedade civil a exercer pressão política para impedir retrocessos. “Esta é uma linguagem que nós, políticos, entendemos”, disse.
Marina alertou para os riscos de desmonte dos instrumentos de regulação ambiental e afirmou que as respostas não devem se limitar a ações de comando e controle, mas também envolver estratégias econômicas. “É preciso estabelecer como deve ser feito, e não apenas dizer o que pode ou não pode”, explicou.
No evento, o Ministério do Meio Ambiente e o BNDES assinaram um acordo para transferir R$ 11,2 bilhões do Fundo Clima, destinados a financiar projetos de preservação e sustentabilidade. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que o Brasil deve assumir papel de liderança na agenda ambiental global e criticou o avanço do negacionismo climático.
“Temos que fazer da COP30 um ponto de virada”, afirmou Mercadante, ao alertar para o agravamento do aquecimento global e a ameaça às florestas e biomas brasileiros.
Além de Marina e Mercadante, estiveram presentes a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho. O evento reforçou a urgência de fortalecer políticas públicas ambientais diante do cenário legislativo e climático atual.
Fonte: Correio do Povo