Novo mandatário assume comando da Confederação até 2029 após afastamento de Ednaldo Rodrigues
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Divulgação / FRF Samir Xaud é o novo presidente da CBF |
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem um novo presidente: Samir Xaud foi eleito neste domingo (25) para o comando da entidade máxima do futebol nacional. A eleição ocorreu em meio a uma crise institucional e ao boicote de 21 clubes, que se recusaram a participar do pleito em protesto contra a condução do processo.
Mesmo com a ausência das equipes, Xaud foi eleito com 103 dos 141 votos possíveis. Sua chapa, intitulada "Futebol para Todos: Transparência, Inclusão e Modernização", assume o compromisso de liderar a CBF até 2029. Também foram eleitos oito vice-presidentes, três membros efetivos e três suplentes do Conselho Fiscal da entidade.
Samir Xaud, de 40 anos, é médico especialista em infectologia e medicina do esporte, além de empresário do ramo de treinamentos esportivos. Ele presidia a Federação Roraimense de Futebol, posto que herdou de seu pai, Zeca Xaud. A ascensão meteórica à presidência da CBF foi viabilizada após o afastamento do então presidente Ednaldo Rodrigues, determinado pela Justiça.
Boicote e tensão nos bastidores
Apesar de contar com o apoio de 26 das 27 federações estaduais e de parte dos clubes, a eleição foi marcada por críticas e ausência significativa de equipes tradicionais. Um total de 21 clubes assinou um manifesto se recusando a participar da votação, denunciando a falta de transparência e a ausência de diálogo com as agremiações.
No documento, os clubes anunciaram a intenção de abrir conversas com a nova diretoria da CBF para discutir a modernização da gestão, a reforma do processo eleitoral e outras medidas em prol de um futebol mais democrático.
As equipes que boicotaram o pleito foram: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Operário-PR, Santos, São Paulo e Sport.
Crise e afastamento judicial
A eleição ocorreu poucos dias após a Justiça afastar o então presidente Ednaldo Rodrigues. A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após denúncia de falsificação da assinatura do ex-presidente Coronel Nunes em documento que havia validado a permanência de Ednaldo no comando da entidade.
O documento em questão havia sido homologado pelo Supremo Tribunal Federal no início do ano. Mesmo com o STF rejeitando pedidos de afastamento feitos por parlamentares e dirigentes, a Corte determinou investigação urgente dos fatos, o que culminou na decisão do TJ-RJ.
Com a vacância, o vice-presidente Fernando Sarney assumiu interinamente a presidência e conduziu a convocação das eleições.
O que esperar da nova gestão
Ao assumir a presidência da CBF, Samir Xaud terá como desafio imediato reconstruir pontes com os clubes que boicotaram o processo eleitoral. Também terá de lidar com a pressão por mais transparência, revisão das regras de governança da entidade e a aproximação com os torcedores em um cenário de descrédito institucional.
Nos bastidores, fontes indicam que o novo presidente tentará estabelecer um canal de diálogo com os clubes dissidentes, além de rever diretrizes estratégicas da entidade.
A expectativa é de que, nos próximos dias, a nova direção da CBF anuncie medidas para recompor sua imagem e fortalecer o futebol brasileiro dentro e fora de campo.
Fonte: IG