Limite de financiamento sobe de R$ 60 mil para R$ 78 mil por semestre; medida busca aliviar alunos de baixa renda da coparticipação em mensalidades altas
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Ministro da Educação Camilo Santana - Foto reprodução |
O Ministério da Educação (MEC) anunciou a ampliação do teto de financiamento do Fies para os cursos de Medicina. O novo limite passará dos atuais R$ 60 mil para R$ 78 mil por semestre, o que equivale a R$ 13 mil mensais. A medida representa um reajuste de 30% e, segundo o ministro da Educação, Camilo Santana, permitirá que 85% dos cursos de Medicina em faculdades particulares sejam totalmente cobertos pelo programa.
A decisão foi aprovada pelo Comitê Gestor do Fies e atende a uma demanda antiga de estudantes de baixa renda, especialmente os beneficiários do Fies Social — modalidade voltada para alunos com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa, inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). Embora essa categoria tenha direito a 100% de financiamento até o teto, as mensalidades acima de R$ 10 mil exigiam coparticipações que, em alguns casos, ultrapassavam R$ 4 mil por mês.
“Estamos garantindo que estudantes de baixa renda não sejam mais forçados a abandonar o curso por falta de recursos para arcar com a diferença não financiada. Esse aumento de teto é uma questão de justiça e de acesso igualitário à formação médica”, afirmou Camilo Santana.
O cenário anterior impunha dificuldades aos estudantes mais pobres, que acabavam endividados sem concluir a graduação ou dependentes de ajuda externa para custear mensalidades altas. Casos de abandono de curso por inviabilidade financeira se tornaram frequentes, alertando para a necessidade urgente de reformulação do teto de financiamento.
Com o novo valor, o governo espera reduzir drasticamente a evasão nos cursos de Medicina e aumentar a presença de profissionais oriundos de famílias de baixa renda no setor de saúde.
O MEC ainda não divulgou a data exata para publicação da portaria que oficializa o novo teto, mas confirmou que a mudança valerá para os novos contratos assim que a norma for publicada.
A medida é vista como estratégica para ampliar o acesso à formação médica em um momento em que o país enfrenta escassez de profissionais em áreas remotas e carentes. Além disso, fortalece o compromisso do governo com políticas públicas de inclusão no ensino superior.
Fonte: Estadão