Relatório do Coaf e movimentações suspeitas motivam pedido da PF ao STF para investigar o senador e o empresário "Fernandin OIG"
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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado |
A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido formal para investigar o senador Ciro Nogueira (PP-PI) por supostas ligações com o empresário Fernando Oliveira Lima, conhecido como "Fernandin OIG", que atua no setor de apostas online no Brasil. A representação é baseada em relatórios financeiros e documentos obtidos durante a CPI das Apostas no Senado Federal.
Segundo a revista Piauí, as investigações apontam que Ciro Nogueira, que chegou a integrar a comissão parlamentar que investigava o setor de apostas, manteve relações diretas com Fernando Oliveira, dono da One Internet Group (OIG), empresa sob suspeita de movimentar mais de R$ 100 milhões de origem questionável.
Um dos principais indícios é uma transferência bancária no valor de R$ 625 mil feita por Fernandin OIG para um ex-assessor direto do senador, entre dezembro de 2023 e setembro de 2024. No mesmo período, o ex-assessor repassou R$ 35 mil diretamente à conta pessoal de Ciro Nogueira. A defesa do parlamentar afirma que esse valor seria apenas o reembolso de uma reserva de hotel na Itália e que o montante maior seria referente à venda de um relógio entre o empresário e o ex-assessor.
Durante os trabalhos da CPI das Bets, Fernando Oliveira chegou a prestar depoimento. Ele foi questionado sobre possível envolvimento com o popular “Jogo do Tigrinho”, mas negou ser representante da empresa criadora. No entanto, parlamentares da comissão afirmaram que a relação entre o empresário e Ciro Nogueira era próxima — a ponto de ambos terem viajado juntos em jatinho particular rumo a Mônaco. O episódio levou a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, a pedir a exclusão de Nogueira da comissão.
Mesmo com indícios consistentes, o relatório final da CPI foi rejeitado em plenário. O texto previa o indiciamento de 17 pessoas por suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro e associação criminosa. Apesar disso, os documentos levantados durante os trabalhos parlamentares foram enviados à Polícia Federal.
A solicitação da PF para abertura formal de investigação contra Ciro Nogueira e Fernando Oliveira Lima foi recebida no gabinete da ministra Cármen Lúcia, relatora do caso no STF, no fim de maio. Até o momento, o Supremo ainda não decidiu se autoriza ou não a investigação.
Ciro Nogueira e Fernandin OIG não se pronunciaram sobre o caso até a publicação desta matéria.
Fonte: Metrópoles