Hugo Motta reage a Eduardo Bolsonaro: “Não se pode prejudicar o próprio país”

Presidente da Câmara diz que defender ideias é legítimo, mas prejudicar a economia nacional é inaceitável

Presidente da Câmara Federal, Hugo Motta - Foto: Agência Camâra

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas à postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante suas articulações políticas nos Estados Unidos. Em entrevista à Veja nesta segunda-feira (11/8), Motta afirmou que, embora cada parlamentar tenha autonomia para defender suas posições políticas, nenhuma atitude pode atentar contra os interesses econômicos e institucionais do Brasil.

“Temos uma posição contrária a esse tipo de comportamento. Nós temos de defender nosso país, e eu penso que Eduardo Bolsonaro poderia estar defendendo politicamente algo que ele acredita, defendendo a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nunca atentando contra o país. Ninguém pode concordar em ter seu país sendo prejudicado pela atitude de um parlamentar”, declarou.

Motta reforçou que, no Congresso, a liberdade de atuação dos parlamentares é garantida, mas não pode ser utilizada para comprometer a economia ou a imagem internacional do Brasil. “Eu não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do seu país. Isso não pode ser admitido”, disse.

Inquérito no STF e articulações internacionais

Eduardo Bolsonaro é alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga sua atuação no território norte-americano e uma suposta participação na implementação de sanções econômicas impostas pelo governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, contra autoridades brasileiras.

A investigação ganhou força após a inclusão do ministro do STF Alexandre de Moraes na Lei Magnitsky no fim de julho. A legislação prevê o bloqueio de bens e contas no território norte-americano, além de proibir a entrada da autoridade sancionada nos Estados Unidos.

Segundo apurações, Eduardo Bolsonaro deve desembarcar em Washington nesta quarta-feira (13/8) para continuar articulações políticas relacionadas a sanções contra autoridades brasileiras. A possibilidade de ampliação das medidas preocupa membros do governo e líderes no Congresso, que veem nelas risco de impacto direto nas relações diplomáticas e comerciais do Brasil.

Clima político e repercussões

As declarações de Motta ocorrem em um momento de forte tensão entre governo, Congresso e parte da oposição, em meio a discussões sobre a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e a atuação de aliados no exterior. O presidente da Câmara reforçou que sua preocupação é preservar a estabilidade institucional e proteger os interesses nacionais acima de disputas políticas.

“Defender ideias e posições é legítimo, mas não se pode agir contra o próprio país. Isso é uma linha que não deve ser cruzada”, concluiu Motta.

Fonte: Metrópoles

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