Carlos Viana (Podemos-MG) é eleito presidente e escolhe relator alinhado a Bolsonaro para investigar desvios bilionários em aposentadorias
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| Relator da CPI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG) — Foto: Kevin Lima/g1 |
A oposição no Congresso impôs uma derrota ao Palácio do Planalto e ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao eleger nesta quarta-feira (20) o senador Carlos Viana (Podemos-MG) como presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar fraudes e desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Viana superou o senador Omar Aziz (PSD-AM), candidato apoiado pelo governo, por 17 votos a 14, em uma votação que precisou ser feita em cabines, rompendo a tradição de consenso.
Logo após assumir, Carlos Viana rejeitou a indicação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a relatoria e designou o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para conduzir os trabalhos da comissão.
Segundo a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), os desvios investigados podem chegar a R$ 6,3 bilhões. A CPI terá duração inicial de seis meses, com possibilidade de prorrogação, e será composta por 32 parlamentares titulares (16 senadores e 16 deputados).
Gaspar afirmou que poderá ampliar o escopo das apurações para incluir fraudes em empréstimos consignados de aposentados e pensionistas. Já Carlos Viana declarou que seu compromisso é com o esclarecimento das irregularidades e com a criação de mecanismos que impeçam novos prejuízos aos beneficiários.
A instalação da CPI representa uma vitória da oposição, que enxerga no colegiado a oportunidade de desgastar politicamente o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobretudo diante da possibilidade de o inquérito alcançar o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ligado a Frei Chico, irmão do presidente.
“Não quero prejudicar ninguém, mas esclarecer os fatos e punir os culpados. Nosso objetivo é proteger aposentados e pensionistas e evitar que se repita um episódio tão vergonhoso para o Brasil”, afirmou Viana após ser eleito.
A CPI mista será composta por 32 parlamentares titulares e 32 suplentes. Câmara e Senado terão igual número de ocupantes — 16 titulares e 16 suplentes para cada lado.
Senado (16 titulares):
1. Eduardo Braga (MDB-AM)
2. Renan Calheiros (MDB-AL)
3. Carlos Viana (Podemos-MG)
4. Styvenson Valentim (PSDB-RN)
5. Omar Aziz (PSD-AM)
6. Eliziane Gama (PSD-MA)
7. Cid Gomes (PSB-CE)
8. Jorge Seif (PL-SC)
9. Izalci Lucas (PL-DF)
10. Eduardo Girão (Novo-CE)
11. Rogério Carvalho (PT-SE)
12. Fabiano Contarato (PT-ES)
13. Leila Barros (PDT-DF)
14. Tereza Cristina (PP-MS)
15. Damares Alves (Republicanos-DF)
16. Dorinha Seabra (União-TO)
Câmara (16 titulares):
1. Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
2. Coronel Fernanda (PL-MT)
3. Adriana Ventura (Novo-SP)
4. Paulo Pimenta (PT-RS)
5. Alencar Santana (PT-SP)
6. Sidney Leite (PSD-AM)
7. Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
8. Romero Rodrigues (Podemos-PB)
9. Mário Heringer (PDT-MG)
10. Beto Pereira (PSDB-MS)
11. Bruno Farias (Avante-MG)
12. Marcel van Hattem (Novo-RS)
13. Alfredo Gaspar (União-AL)
14. Duarte Jr. (PSB-MA)
15. Rafael Brito (MDB-AL)
16. Julio Arcoverde (PP-PI)
Fonte: G1