Relatório da SSP-PI mostra que maioria das mulheres assassinadas entre 2022 e 2025 não buscou a rede de apoio; autoridades reforçam importância de denunciar violências anteriores
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Foto: Marcos Santos/USP |
Um levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) revelou que 87,8% das vítimas de feminicídio no estado não haviam formalizado denúncias contra seus agressores antes do crime. O estudo analisou casos registrados entre janeiro de 2022 e abril de 2025, em que mulheres foram mortas por companheiros ou ex-companheiros.
Segundo o delegado João Marcelo Brasileiro, gerente de Análise Criminal e Estatística da SSP-PI, os dados evidenciam a urgência de buscar ajuda ao primeiro sinal de violência. “Quando a vítima procura uma delegacia, a Polícia Militar ou instituições como a Casa da Mulher Brasileira, o caso passa a ser registrado. Essa informação é o que permite que ela seja protegida”, afirmou.
Escalada da violência
A SSP-PI destaca que o feminicídio é geralmente precedido por diferentes formas de agressão, como xingamentos, humilhações públicas, ameaças, assédio, confinamento e agressões físicas, que podem evoluir até o assassinato. Para orientar a população, foi lançada a cartilha “Você denuncia, o Estado acolhe”, elaborada em parceria com a Defensoria Pública, o Tribunal de Justiça e a Secretaria das Mulheres (Sempi).
Rede de proteção
De acordo com a secretária da Sempi, Zenaide Lustosa, o Piauí vem ampliando os serviços de proteção. “Hoje, cerca de 80 municípios já têm Secretarias da Mulher. Todas as delegacias estão aptas a receber casos de violência doméstica. Mas o mais importante é: não se cale. Sua vida importa. Vamos trabalhar por um Piauí com feminicídio zero”, destacou.
O principal canal de atendimento é o Disque 180, gratuito, confidencial e disponível 24 horas, incluindo fins de semana e feriados. O serviço oferece orientação e encaminhamento das vítimas.
Onde buscar ajuda em Teresina
Delegacias Especializadas em Atendimento à Mulher estão distribuídas em todas as regiões de Teresina, incluindo unidades no Centro, Aeroporto, Saci, Dirceu Arcoverde e Casa da Mulher Brasileira, além da Delegacia Especializada em Feminicídio e da Central de Flagrantes 24h para grupos vulneráveis.
Fonte: Cidade Verde