Siglas anunciam saída do governo em movimento classificado como “rompimento institucional”, mas ministros ainda permanecem nos cargos
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Foto: Metrópoles |
O União Brasil e o Progressistas (PP) anunciaram nesta terça-feira (2/9) a decisão de deixar formalmente a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O movimento, batizado por interlocutores das legendas como um “rompimento institucional”, implica a entrega dos ministérios do Turismo e do Esporte. No entanto, até o momento, os atuais titulares das pastas seguem nos cargos e não sinalizaram pedidos de demissão.
A decisão foi tomada em reunião entre os presidentes nacionais dos partidos: Antônio Rueda, advogado e dirigente do União Brasil, e o senador piauiense Ciro Nogueira, líder do PP. O maior impasse partia justamente dos Progressistas, que ainda buscavam encontrar a melhor forma de devolver a chefia do Ministério do Esporte, atualmente sob comando do deputado André Fufuca, ex-líder da bancada na Câmara.
Já no Turismo, o ministro Celso Sabino manteve a rotina de trabalho durante todo o dia e não demonstrou disposição em entregar o cargo. A permanência dele e de Fufuca cria uma situação delicada dentro das legendas, que passaram a discutir possíveis medidas de retaliação. Interlocutores admitem que, em último caso, PP e União Brasil poderão ameaçar a expulsão dos ministros, caso eles insistam em continuar integrando o governo sem respaldo partidário.
Nos bastidores, contudo, lideranças tentam evitar uma ruptura radical, temendo que punições severas provoquem uma debandada de parlamentares mais governistas para outras legendas do Centrão. Esse cenário poderia enfraquecer a representatividade das siglas no Congresso, com a consequente redução de bancadas e de espaço político na federação que se desenha.
Enquanto o Planalto avalia como lidar com ministros que já não representam suas siglas de origem, o gesto dos dois partidos marca mais um capítulo da relação instável entre Lula e legendas do Centrão, que até agora compunham a sustentação de sua base no Legislativo.
Fonte: Metrópoles