“Não podemos amar o Criador e destruir a criação”, diz Marina Silva no Vaticano

Ministra do Meio Ambiente abre conferência internacional diante do Papa Leão XIV e defende que a COP30 em Belém seja marco da transição para o fim dos combustíveis fósseis

Ministra Marina Silva e Papa Leão XIV - Foto: Vaticannewspt

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi aplaudida de pé ao abrir a conferência Raising Hope (“Espalhando Esperança”), realizada nesta quarta-feira (1º) no Vaticano em celebração aos dez anos da encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, documento que marcou a defesa da preservação da “casa comum”.

Sob o olhar atento do Papa Leão XIV, Marina destacou que 2025 também simboliza uma década do Acordo de Paris e lembrou que a COP30, em Belém, deve consolidar a implementação efetiva das metas assumidas. A ministra frisou que a transição energética, prevista no Consenso de Dubai durante a COP28, precisa ocorrer de forma planejada e justa, com a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis.

Em seu discurso, a ministra relacionou fé, ética e ciência diante da crise climática global. “Já temos as respostas técnicas. O que falta é o compromisso ético de usar esse conhecimento para enfrentar a mudança do clima e combater a desigualdade. É incoerente dizermos que amamos o Criador e destruirmos a criação. A encíclica Laudato Si nos convoca a essa integração”, afirmou.

Antes da conferência, Marina se reuniu em audiência reservada com o Papa Leão XIV. O encontro contou com a presença do cardeal Jaime Spengler, presidente da CNBB, e do ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, que participou como fundador do Instituto Schwarzenegger de Políticas Estaduais e Globais da Universidade do Sul da Califórnia e da Iniciativa Climática Schwarzenegger.

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