Novo sistema do Pix permitirá rastreamento de dinheiro de golpes por até 11 dias

Versão aprimorada do Mecanismo Especial de Devolução será opcional no primeiro momento e passará a ser obrigatória para instituições financeiras em fevereiro de 2026

Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil Pix

As instituições financeiras já estão autorizadas a oferecer aos usuários uma nova versão do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix, chamada MED 2, criada para ampliar a capacidade de rastreamento e recuperação de valores envolvidos em fraudes, golpes ou transferências realizadas sob coerção.

De acordo com norma publicada pelo Banco Central, o novo sistema permitirá seguir o caminho do dinheiro além da primeira conta que recebeu os valores ilícitos. Na versão atual do MED, lançada em outubro, o bloqueio só pode ser aplicado à conta inicial que recebeu a transferência contestada. Com a chegada do MED 2, será possível mapear toda a “árvore de transações”, identificando contas subsequentes que tenham recebido repasses parciais, possibilitando bloqueios mais amplos e eficazes.

O prazo máximo para devolução dos valores às vítimas será de até 11 dias após o pedido de contestação, reduzindo o tempo de resolução e aumentando a chance de recuperação dos recursos desviados por golpistas.

Como funciona a contestação

Para solicitar o procedimento pelo MED 2, o usuário deve acessar o “Extrato Pix”, selecionar a transação desejada e clicar em “Contestar este Pix”, seguindo na sequência as orientações que aparecerem na tela.

O Banco Central reforça que a ferramenta não pode ser utilizada para:

• desacordos comerciais,
• arrependimento após envio,
• erros de digitação da chave,
• envio acidental para terceiros de boa-fé.

O MED 2 é exclusivo para situações envolvendo fraude, golpe ou coerção.

Implementação gradual

A adoção do novo sistema é facultativa para as instituições financeiras a partir de agora, mas se tornará obrigatória em 2 de fevereiro de 2026, prazo definido para que bancos, fintechs e participantes do sistema Pix adaptem suas estruturas tecnológicas.

Especialistas avaliam que o recurso representa um avanço importante no combate à criminalidade financeira digital, sobretudo diante do crescimento expressivo de golpes envolvendo o Pix. Ao permitir rastreamento em múltiplas camadas de transações, o Banco Central afirma que a medida deve dificultar a pulverização rápida dos valores, estratégia frequentemente utilizada por fraudadores para evitar bloqueios.

Fonte: IG

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