Reunião abordará Donbas, Zaporizhzhia e plano de paz liderado pelos EUA para encerrar a guerra na Ucrânia
![]() |
| Serviço de Imprensa da Presidência da Ucrânia/Divulgação via REUTERS/Proibida reprodução |
Segundo Zelensky, um plano de paz estruturado em 20 pontos e um acordo internacional de garantias de segurança estão em fase avançada de conclusão. Ao anunciar a reunião, o líder ucraniano afirmou que decisões relevantes podem ser tomadas antes do fim do ano, diante do esforço do governo norte-americano para pôr fim ao conflito que já é considerado o mais letal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Entre os temas sensíveis que estarão na mesa, Zelensky destacou explicitamente a região de Donbas e a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, atualmente sob controle das forças russas e localizada em uma área estratégica da linha de frente. Outras questões políticas e de segurança também devem integrar a conversa entre os dois presidentes.
O presidente ucraniano pretende convencer Trump a abandonar uma proposta atribuída aos Estados Unidos que prevê a retirada completa das tropas ucranianas da região de Donbas. Moscou reivindica o controle total do território, que engloba as regiões de Donetsk e Luhansk, inclusive áreas que as forças russas não conseguiram ocupar após quase quatro anos de combates. Kiev, por sua vez, defende a interrupção das hostilidades com base nas linhas atuais de batalha.
Caso não consiga uma posição mais firme de Washington contra concessões territoriais, Zelensky admitiu a possibilidade de submeter o plano de paz a um referendo nacional. A consulta popular, no entanto, estaria condicionada à concordância da Rússia com um cessar-fogo de 60 dias, prazo que permitiria à Ucrânia organizar a votação e garantir condições mínimas de segurança.
No contexto das negociações, os Estados Unidos também apresentaram a ideia de criação de uma zona econômica livre em áreas que poderiam ser desocupadas pela Ucrânia, embora a proposta ainda careça de detalhes práticos sobre funcionamento, administração e garantias jurídicas.
Para Zelensky, qualquer decisão que envolva a cessão ou redefinição de territórios deve ser tomada diretamente pelo povo ucraniano. Ele sustenta que compromissos dessa natureza não podem ser impostos exclusivamente por negociações diplomáticas, sem consulta democrática, diante do impacto profundo sobre a soberania nacional.
A conversa de domingo é vista como um momento-chave nas tratativas internacionais e pode definir os próximos passos do processo diplomático, em um cenário marcado por impasses militares, pressão internacional e desgaste prolongado da guerra.
Fonte: Agência Brasil
