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Imagem Divulgação |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), anunciou nesta segunda-feira (22) o lançamento do "Nova Indústria Brasil", um ambicioso plano de ações destinado a impulsionar o desenvolvimento das indústrias brasileiras. A proposta, elaborada ao longo de 2023, abrange diversas iniciativas, como linhas de crédito, subsídios e investimentos públicos, com o objetivo de fortalecer o setor até 2033.
O plano será apresentado após a aprovação do texto central da proposta no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), presidido pelo vice-presidente e ministro da Indústria e do Comércio, Geraldo Alckmin. O evento de lançamento contará com a presença de ministros, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e representantes do setor industrial.
A iniciativa, denominada Nova Indústria Brasil (NIB), estabelece metas e objetivos para o desenvolvimento industrial até 2033, com um plano de curto prazo até o término do mandato de Lula em 2026. O texto, obtido pelo G1 e pela GloboNews, destaca a resposta à desindustrialização do Brasil e a baixa exportação de produtos com complexidade tecnológica como justificativas para sua implementação.
Metas e Objetivos:
O plano divide-se em seis eixos ou "missões", cada um focado em um setor específico, tais como infraestrutura, agroindústria, complexo industrial de saúde, transformação digital, bioeconomia e transição energética, e tecnologia de defesa. Entre as metas estabelecidas para 2033, destacam-se:
Agroindústrias:
Aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50%, alcançando 70% de mecanização nos estabelecimentos de agricultura familiar, com 95% do mercado suprido por máquinas nacionais.
Complexo Industrial da Saúde: Produzir 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos médicos, materiais e tecnologias em saúde.
Infraestrutura, Saneamento, Moradia e Mobilidade: Reduzir em 20% o tempo de deslocamento casa-trabalho, aumentando em 25 pontos percentuais o adensamento produtivo na cadeia de transporte público sustentável.
Transformação Digital: Digitalizar 90% das empresas industriais brasileiras, triplizando a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias.
Bioeconomia e Transição Energética: Reduzir em 30% as emissões de CO2 por valor adicionado do PIB da indústria, aumentar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes e promover o uso sustentável da biodiversidade.
Tecnologia de Defesa: Alcançar autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para a defesa.
Instrumentos e Incentivos:
O governo planeja apoiar esses objetivos por meio de "instrumentos financeiros e não financeiros" coordenados pelo CNDI. Treze instrumentos, incluindo compras governamentais, empréstimos, subvenções, investimento público, créditos tributários, comércio exterior, e requisitos de conteúdo local, são listados para incentivar as indústrias. Embora não detalhe a execução, o plano sugere o uso de compras governamentais para estimular a produção industrial.
A nova política industrial representa uma tentativa de promover a neoindustrialização do Brasil, criando uma indústria sustentável, forte e inovadora. O Ministério da Indústria e Comércio afirmou que a iniciativa baseia-se em práticas internacionais, buscando melhorar a vida das pessoas, aumentar a competitividade e produtividade, gerar mais empregos, fomentar a inovação e fortalecer a presença internacional do Brasil.
Fonte: G1