Tragédia no Monte Rinjani expõe falhas no resgate e mobiliza comoção mundial
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Juliana Marins caiu em trilha do vulcão Rinjani, na IndonésiaImagem: Reprodução/Redes Sociais |
A publicitária brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta após cair em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ela estava presa a cerca de 650 metros de profundidade desde a última sexta-feira (20). A confirmação da morte foi feita pela família nas redes sociais e também pelo Itamaraty.
A informação chega após quatro dias de tentativas frustradas de resgate. Horas antes, o Ministério do Turismo da Indonésia já havia alertado que Juliana estava em “estado terminal”.
O governo brasileiro lamentou oficialmente a morte, destacando que o trabalho das equipes de resgate foi severamente afetado por condições meteorológicas adversas, incluindo forte neblina e terreno extremamente acidentado.
Sete socorristas chegaram a montar um acampamento provisório próximo ao local onde o corpo foi localizado, mas ainda não há confirmação se haverá continuidade dos esforços para a retirada.
Desespero da família e dificuldades no resgate
O pai de Juliana, Manoel Marins, viajou de Lisboa rumo à Indonésia, mas precisou alterar sua rota devido ao fechamento de aeroportos no Oriente Médio, impactados pela guerra entre Israel e Irã.
A família denunciou desinformação por parte da agência de turismo contratada. Segundo eles, a empresa divulgava que o resgate estava sendo feito quando, na prática, não havia equipes no local.
Além da dor da perda, os parentes também precisaram lidar com tentativas de golpes: perfis falsos foram criados para aplicar fraudes pedindo doações em nome da família.
O acidente
Juliana fazia um mochilão pela Ásia desde fevereiro. Durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, ela tropeçou e rolou montanha abaixo, parando cerca de 300 metros abaixo da trilha inicial.
Três horas depois do acidente, turistas espanhóis encontraram a jovem ainda viva, mas debilitada e sem condições de se mover. Eles tentaram contato com familiares dela via redes sociais, enquanto autoridades locais foram avisadas — mas a comunicação demorou cerca de oito horas.
A família acompanhava a situação por vídeos e fotos enviados pelos turistas, enquanto o resgate era adiado por neblina, umidade intensa e dificuldade extrema no acesso.
Drone localizou, mas socorro não chegou a tempo
No domingo (22), um drone térmico localizou Juliana imóvel, à beira de um desfiladeiro de altíssimo risco, cerca de 400 metros abaixo do ponto inicial da queda. O trecho da trilha precisou ser interditado.
A tragédia gerou revolta nas redes sociais, onde um perfil criado para divulgar informações sobre o resgate ultrapassou 1,5 milhão de seguidores em apenas quatro dias.
Nota oficial da família
“Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu”, publicou a família.