87% das instituições caíram de posição no CWUR 2025; USP segue como a melhor da América Latina, apesar da queda
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Imagem: Pragmatismo Político |
A edição 2025 do ranking internacional de universidades do Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR) trouxe um alerta contundente sobre o cenário do ensino superior no Brasil: 87% das universidades brasileiras incluídas na lista caíram de posição em comparação ao ano anterior. Das 53 instituições nacionais presentes no Top 2000, 46 apresentaram queda, reflexo direto da falta de investimento governamental e da queda no desempenho das pesquisas acadêmicas.
O CWUR atribui o declínio principalmente à redução do desempenho em pesquisa, destacando que o Brasil vem enfrentando dificuldades para acompanhar o ritmo de instituições internacionais que recebem maior apoio financeiro. “Sem financiamento mais forte e planejamento estratégico, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global em rápida evolução”, alertou Nadim Mahassen, presidente do CWUR.
Mesmo com a queda de uma posição (do 117º para o 118º lugar), a Universidade de São Paulo (USP) ainda é a melhor colocada entre todas da América Latina. Na sequência aparecem a Universidade Nacional Autônoma do México (282º), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (331º) e a Unicamp (369º). A USP, no entanto, apresentou declínio nos critérios de qualidade da educação, empregabilidade, qualificação do corpo docente e desempenho em pesquisa.
Entre os destaques positivos estão as sete universidades brasileiras que conseguiram subir no ranking, como a própria UFRJ, que avançou 70 posições, e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro, que passou da 1868ª para a 1836ª colocação.
A queda generalizada das universidades brasileiras contrasta com a ascensão de países como a China, que ultrapassou os Estados Unidos em número de instituições no Top 2000. Segundo o CWUR, isso é fruto de investimentos estratégicos de longo prazo em educação e ciência. Enquanto Harvard, MIT e Stanford mantêm a liderança mundial, as universidades chinesas colhem os frutos de anos de investimentos robustos em pesquisa e inovação.
A edição 2025 do CWUR analisou 74 milhões de pontos de dados em 21.462 instituições em todo o mundo. O ranking considera quatro pilares principais: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e pesquisa (40%). O Brasil, com 53 instituições no ranking, segue bem representado numericamente, mas sofre com a falta de investimento e políticas públicas eficazes.
A tendência de queda é preocupante, especialmente porque impacta diretamente a competitividade global da ciência brasileira e a formação de novos pesquisadores. Sem uma reestruturação no apoio à educação superior, a tendência é de que o país perca cada vez mais espaço nos principais centros de conhecimento e inovação do planeta.
Fonte: Folha de S. Paulo