Esquema bilionário com descontos ilegais em aposentadorias pode envolver até 20 deputados e senadores do Centrão, segundo fontes próximas às investigações
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Prédio do INSS: rolos na Previdência envolvem parlamentares — Foto: Cristiano Mariz/Ag. O Globo |
As investigações sobre o esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atualmente conduzidas pela Justiça Federal de primeira instância, podem ser transferidas para o Supremo Tribunal Federal (STF). Fontes ligadas ao caso afirmam que delações premiadas devem ser firmadas nos próximos dias, com potencial para envolver até 20 parlamentares — entre deputados e senadores de partidos do chamado Centrão.
A movimentação em torno dos acordos de colaboração envolve tanto representantes de associações investigadas quanto servidores públicos do próprio INSS. As informações, que vêm sendo mantidas sob sigilo, indicam que parte dos políticos teria recebido pagamentos mensais em troca da sustentação do esquema — num modelo semelhante ao que foi identificado durante o escândalo do Mensalão.
As fraudes ocorreram entre 2019 e 2024 e afetaram milhões de aposentados e pensionistas. As investigações conduzidas pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal revelaram um complexo sistema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, supostamente autorizados pelos segurados. No entanto, apurações apontaram falsificação de assinaturas, falta de documentos comprobatórios e adesões forjadas a entidades associativas.
Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos e aos beneficiários chegue a R$ 6,3 bilhões. Para além do impacto financeiro, o escândalo atinge diretamente a população mais vulnerável: idosos e pensionistas que dependem do benefício mensal como principal — ou única — fonte de renda.
A expectativa, segundo fontes que acompanham de perto o andamento das tratativas, é que os primeiros acordos de delação sejam oficializados em até 30 dias. Caso os nomes de parlamentares sejam efetivamente implicados com provas consistentes, o caso passará a tramitar no Supremo Tribunal Federal, foro competente para julgar congressistas com mandato vigente.
A revelação amplia a gravidade do escândalo e deve marcar um novo capítulo na fiscalização de entidades conveniadas ao INSS, colocando em xeque não apenas o sistema de consignações, mas também a influência política na estrutura previdenciária do país.
Fonte: G1