Atrasos nos Correios se multiplicam e revoltam consumidores em todo o Brasil

Sindicato denuncia colapso financeiro e motoristas terceirizados cruzam os braços; atrasos aumentam e afetam inclusive consumidores no Piauí, enquanto estatal promete soluções que ainda não chegaram.

Imagem reprodução da web

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP) acendeu o alerta para uma crise financeira e operacional sem precedentes na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Segundo a entidade, a situação já compromete serviços básicos da estatal e causa reflexos em diferentes regiões do país, com destaque para os atrasos no transporte e na entrega de encomendas.

De acordo com a denúncia, os Correios estariam enfrentando dificuldades para honrar compromissos com fornecedores, o que teria levado ao desabastecimento da frota própria em postos de combustíveis conveniados e à suspensão de serviços médicos do plano de saúde dos funcionários. Em razão da falta de repasses, motoristas terceirizados teriam cruzado os braços, agravando ainda mais o cenário.

Os principais centros logísticos afetados incluem regiões estratégicas de São Paulo — como Jaguaré, Santo Amaro, Guarulhos e Cajamar — e também o complexo logístico de Benfica, no Rio de Janeiro. “Estamos diante de um verdadeiro colapso. A empresa não consegue manter a regularidade dos serviços nem honrar compromissos básicos com parceiros e funcionários”, afirmou um dos diretores do sindicato.

A paralisação de motoristas e os problemas internos têm causado uma reação em cadeia, impactando diretamente o consumidor final. No Piauí, por exemplo, clientes relatam um aumento significativo no tempo de espera por correspondências e encomendas, com muitos casos de prazos não cumpridos e ausência de informações sobre as entregas.

Apesar das denúncias, os Correios sustentam que os serviços de transporte seguem funcionando normalmente e que a estatal está em “constante diálogo com os parceiros logísticos” para resolver as pendências financeiras. Em nota, a empresa informou que tem adotado medidas para minimizar os impactos, como reforço das operações nos finais de semana, ajustes na malha logística e monitoramento diário das entregas.

Entretanto, as ações anunciadas ainda não surtiram efeito prático. Já se passou mais de um mês desde que a estatal afirmou estar trabalhando para resolver a situação, mas os relatos de atrasos e falhas no atendimento continuam crescendo em diferentes regiões do país.

O sindicato cobra providências urgentes da direção nacional da empresa e alerta para os riscos de desmonte da estatal, com prejuízos diretos à população e aos trabalhadores. Enquanto isso, usuários seguem à espera de melhorias e de uma resposta concreta à crise que assola uma das instituições mais tradicionais do serviço público brasileiro.

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