Estudos apontam que calor extremo agrava doenças crônicas, aumenta a mortalidade e favorece a proliferação de arboviroses como a dengue, que bateu recorde em 2024. Especialistas defendem que a crise climática é também uma crise de saúde pública.
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Foto: Getty Images |
O aumento das temperaturas não provoca apenas desconforto térmico: ele representa uma ameaça concreta à saúde pública. Pesquisas mostram que ondas de calor já estão associadas ao crescimento de doenças respiratórias, cardiovasculares, neurológicas e renais, além de impulsionar a propagação de arboviroses como a dengue. O calor, literalmente, adoece.
O corpo humano precisa manter a temperatura interna estável. Em dias muito quentes, essa tarefa exige esforço extra, o que provoca aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial e maior risco de desidratação — fatores que sobrecarregam o sistema circulatório. Esses impactos são especialmente perigosos para pessoas que já vivem com doenças crônicas como diabetes, hipertensão ou Alzheimer.
Em 2024 — o ano mais quente já registrado no Brasil — o país bateu recorde de casos de dengue, ultrapassando 6 milhões de infecções. Segundo a revista científica The Lancet, o risco de transmissão da doença hoje é 11% maior do que há dez anos.
O fenômeno já atinge regiões fora da zona tropical. Em 2023, países como França, Espanha e Itália registraram mais de 100 casos autóctones de dengue, evidenciando que o avanço do mosquito ocorre também em áreas temperadas.
Para a comunidade científica, preservar o clima não é apenas uma questão ambiental, mas uma medida urgente para proteger vidas. A preparação para eventos climáticos extremos e a adaptação dos sistemas de saúde passam a ser tão essenciais quanto a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: G1