Pesquisa aponta que EJA aumenta renda, formalização e qualidade do trabalho, reforçando importância da modalidade no combate à desigualdade
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Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília |
Um estudo inédito encomendado pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Unesco revelou que a educação de jovens e adultos (EJA) tem impacto direto na melhoria da renda, formalização e qualidade das ocupações de quem retorna à escola após não ter concluído os estudos na idade certa. A análise será apresentada nesta quarta-feira (10) durante o Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos: 1º Ano do Pacto EJA.
O que é a EJA
A modalidade integra a educação básica e permite que jovens e adultos obtenham diploma do ensino fundamental ou médio em cursos mais rápidos que os regulares. Para a alfabetização (AJA), a idade mínima é de 15 anos; para os anos finais do fundamental, 15 anos; e para o médio, 18 anos.
O estudo destaca que, apesar dos avanços no acesso escolar, o Brasil ainda possui índices elevados de reprovação e evasão. Em 2023, por exemplo, 35 a cada 100 jovens não haviam concluído o ensino médio até os 20 anos.
Impacto na renda e no trabalho
Para a pesquisadora Fabiana de Felicio, autora do estudo, os resultados reforçam o papel estratégico da modalidade: “Os ganhos ao longo da vida justificam os custos de curto prazo do retorno aos estudos. Além dos benefícios individuais, há impacto positivo para o desenvolvimento social e econômico, reduzindo pobreza e desigualdade.”
Pacto EJA e desafios
Lançado em 2024, o Pacto Nacional de Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos prevê 3,3 milhões de novas matrículas e investimento de R$ 4 bilhões em quatro anos.
De acordo com a Pnad Contínua/IBGE, o Brasil ainda possui 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais analfabetas, o equivalente a 5,3% da população nessa faixa etária.
Fonte: Agência Brasil