Deflação foi puxada por conta de luz, alimentos e combustíveis; em 12 meses, IPCA acumula alta de 5,13%, ainda acima da meta do governo
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Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil |
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,11% em agosto, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a primeira deflação desde agosto de 2024 (-0,02%) e a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,29%).
No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,13%, abaixo dos 5,23% observados até julho, mas ainda acima do limite da meta do governo, que é de 4,5%.
Principais fatores da queda
Conta de luz (-4,21%): impacto de -0,17 ponto percentual, com destaque para o Bônus de Itaipu, que beneficiou mais de 80 milhões de consumidores.Alimentação e bebidas (-0,46%): terceira queda seguida, com destaque para tomate (-13,39%), manga (-18,40%), arroz (-2,61%) e batata (-8,59%).
Transportes (-0,27%): redução no preço das passagens aéreas (-2,44%) e combustíveis (-0,89%), incluindo queda de -0,94% na gasolina, favorecida pelo aumento da mistura de etanol de 27% para 30%.
Segundo o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, sem a queda nos grupos habitação, alimentação e transportes, a inflação teria fechado agosto em 0,43%.
Altas em outros grupos
Alguns setores seguiram em alta, como:
Educação (+0,75%): maior aumento para agosto desde 2016, puxado pelo ensino superior (+1,26%) e cursos de idiomas (+1,87%).
Saúde e cuidados pessoais (+0,54%), vestuário (+0,72%) e despesas pessoais (+0,40%).
Serviços e preços monitorados
Serviços: desaceleraram de 0,59% em julho para 0,31% em agosto.
Preços monitorados: caíram de 0,67% para 0,61%.
Inflação oficial e meta
O IPCA mede a variação de preços para famílias com renda entre um e 40 salários mínimos. Atualmente, o mínimo é de R$ 1.518.
A meta de inflação, fixada em 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual, considera agora os 12 meses anteriores em janela móvel. O descumprimento só ocorre se o índice ultrapassar o intervalo por seis meses consecutivos, como aconteceu em junho.
Fonte: Agência Brasil