Atualização apresentada no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia amplia prevenção e reforça mudanças no estilo de vida para milhões de brasileiros
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Foto: shutterstock |
A pressão arterial 12 por 8, até então considerada normal, passa a ser classificada como "pré-hipertensão", de acordo com a nova diretriz médica apresentada no 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, nesta quinta-feira (18). Agora, valores de pressão entre 120-139 mmHg (sistólica) e/ou 80-89 mmHg (diastólica) estão nessa categoria de pré-hipertensão. A hipertensão arterial continua sendo definida como a pressão maior ou igual a 14 por 9.
O objetivo, de acordo com os especialistas, é reforçar a prevenção a uma doença que atinge hoje cerca de 30% dos brasileiros. Nessa faixa de pré-hipertensão, os médicos devem orientar mudanças no estilo de vida. A partir desta faixa, a diretriz recomenda o monitoramento da pressão arterial.
A nova diretriz também define que a meta para hipertensos em tratamento é alcançar pressão menor do que 130/80 mmHg (13 por 8). Não fumar, manter dieta saudável, praticar atividade física de forma regular, reduzir a ingestão de álcool, além de controlar o estresse, são recomendações universais.
Tendência internacional
A mudança no Brasil segue uma tendência já apresentada pela Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), durante congresso em 2024. Na Europa, pressão não elevada é abaixo de 120 por 70 mmHg (12 por 7); pressão elevada está entre 120/70 e 139/89 mmHg, e hipertensão é 140/90 mmHg ou mais.
Mais rigor na prevenção
Na prática, quem apresenta pressão de 12 por 8 não é hipertenso, mas está em uma zona de risco. Embora o diagnóstico de hipertensão continue o mesmo (a partir de 14 por 9), a forma de lidar com pacientes intermediários mudou. Pessoas com pressão entre 12 por 8 e 13 por 8,5, que antes saíam do consultório tranquilas, agora recebem recomendações específicas para evitar complicações.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, até 80% dos casos de AVC, infarto e insuficiência renal podem ser prevenidos com medidas simples, como reduzir o consumo de sal, praticar exercícios, controlar o peso, usar corretamente os medicamentos (quando indicados) e medir a pressão com frequência.
Fonte: IG