Pesquisadores defendem políticas públicas que limitem o acesso de crianças às redes sociais e dispositivos digitais antes dos 13 anos
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Imagem reprodução da web |
De acordo com o levantamento, crianças que receberam o primeiro smartphone antes dos 13 anos apresentaram, na fase adulta, menores índices de bem-estar mental, maior propensão a pensamentos suicidas, agressividade, distúrbios de sono e baixa autoestima. O efeito é mais acentuado entre meninas, com 48% relatando pensamentos suicidas quando tiveram o primeiro celular por volta dos 5 ou 6 anos, contra 28% entre as que receberam o aparelho aos 13 anos.
Os pesquisadores identificaram que a exposição precoce às redes sociais é o principal fator mediador desses efeitos — responsável por cerca de 40% da correlação entre idade e saúde mental. Outros fatores incluem relações familiares frágeis, cyberbullying e noites mal dormidas. A influência das plataformas digitais, segundo o estudo, ocorre por meio de algoritmos de recomendação, que exploram vulnerabilidades psicológicas e expõem jovens a conteúdos violentos, pornográficos ou ideológicos sem supervisão.
Um alerta para políticas públicas
Diante das evidências, os autores defendem uma resposta política urgente. O estudo propõe restrições ao uso de smartphones e redes sociais por menores de 13 anos, comparáveis às políticas de controle de álcool e tabaco. As medidas sugeridas incluem:
Segundo Thiagarajan, fundadora da Sapien Labs, a sociedade não pode esperar por provas definitivas para agir:
“Quando crianças apresentam esse nível de sofrimento mental, a intervenção não deve esperar. O princípio da precaução é não apenas adequado, mas necessário.”
O estudo conclui que a infância digital precoce está redesenhando o desenvolvimento humano e que a proteção das mentes em formação deve se tornar prioridade global — um desafio que exige cooperação entre governos, famílias e o setor tecnológico para garantir que o progresso digital não comprometa o futuro das próximas gerações.