María Corina Machado é premiada por sua luta pacífica pela liberdade na Venezuela; Comitê do Nobel alerta para avanço do autoritarismo
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13.mar.2024 - María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, durante evento de campanha em MariaraImagem: Gabriela Oraa/AFP |
A líder opositora María Corina Machado, símbolo da resistência democrática na Venezuela, foi anunciada nesta sexta-feira (10) como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025. A escolha frustrou as expectativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vinha fazendo uma intensa campanha pública pelo prêmio, e foi interpretada como um alerta global sobre o avanço do autoritarismo e o enfraquecimento das instituições democráticas.
Durante o anúncio, o Comitê Norueguês do Nobel destacou que o reconhecimento é “um prêmio à coragem e à democracia” e “um chamado ao mundo para defender a liberdade com votos, não com balas”. O presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes, afirmou que a decisão “reflete a necessidade de apoiar as forças democráticas em tempos em que regimes autoritários crescem e tornam o mundo mais perigoso”.
Machado, que vive escondida devido às ameaças do governo Nicolás Maduro, foi elogiada por sua atuação “incansável na promoção dos direitos democráticos e na busca por uma transição pacífica para a liberdade na Venezuela”. Segundo o comitê, ela representa “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina contemporânea”.
Durante a cerimônia, Oslo também fez duras críticas ao regime de Maduro, classificando a Venezuela como um “Estado brutal e autoritário” e lembrando que mais de 8 milhões de pessoas deixaram o país devido à crise política e humanitária. O comitê ressaltou que, mesmo impedida de concorrer às eleições de 2024, Machado manteve o compromisso com a unidade da oposição, apoiando Edmundo González Urrutia e defendendo eleições livres.
Em nota, o Comitê Nobel concluiu:
“María Corina Machado uniu a oposição de seu país, resistiu à militarização e defendeu a democracia como caminho para a paz. Ela simboliza a esperança de um futuro em que os direitos e as vozes dos cidadãos prevaleçam sobre o medo e a repressão.”
O Prêmio Nobel da Paz 2025, além de coroar a trajetória de uma mulher que se tornou ícone da resistência democrática, surge como um manifesto global pela preservação das liberdades civis e pela defesa dos valores democráticos em tempos de retrocesso.
Fonte: UOL