Presidente americano celebra cessar-fogo em Gaza e afirma ter encerrado “oito guerras em oito meses”; discurso é marcado por aplausos, protestos e promessas de paz com o Irã
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Donald Trump e Benjamin Netanyahu conversam no KnessetImagem: SAUL LOEB / POOL / AFP |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou nesta quinta-feira (10) no Knesset, o parlamento de Israel, e classificou o acordo de cessar-fogo em Gaza como o “fim de uma era de terror” e um “triunfo histórico para Israel”. Ovacionado por parlamentares israelenses, o republicano defendeu que o momento representa o “amanhecer de um novo Oriente Médio”, pregando paz e prosperidade para a região.
“Seria ótimo fazer um acordo de paz com o Irã. Acredito que eles estão cansados. Minha personalidade é acabar com guerras”, disse Trump, destacando que o diálogo com Teerã pode ser o próximo passo para consolidar a estabilidade no Oriente Médio.
O discurso, transmitido ao vivo para diversos países, foi interrompido brevemente por dois parlamentares que exibiram cartazes com as frases “Genocídio” e “Reconheça a Palestina”. Eles foram retirados por seguranças sob aplausos da maioria presente. Trump reagiu com ironia:
“Bem, isso foi eficiente”, brincou antes de retomar sua fala.
“Oito guerras em oito meses”
Trump se autoproclamou o maior pacificador da era moderna, afirmando ter encerrado “oito guerras em oito meses”, citando conflitos entre Israel e Irã, Paquistão e Índia, Ruanda e RDC, Tailândia e Camboja, Armênia e Azerbaijão, Egito e Etiópia, e Sérvia e Kosovo.
“Até ontem eram sete, agora são oito, porque os reféns estão de volta”, afirmou, em referência ao cessar-fogo e à libertação de reféns entre Israel e o Hamas.
Apesar da retórica pacifista, o presidente americano também exaltou o poderio militar dos Estados Unidos:
“Não vamos entrar em guerra. Mas, se entrarmos, ganharemos como ninguém jamais ganhou antes.”
Parceria com Netanyahu e libertação de reféns
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou Trump como “o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca”, elogiando o papel dos Estados Unidos na intermediação do acordo.
“Prometi trazer todos os reféns de volta e, com a ajuda indispensável do presidente Trump, cumprimos essa promessa”, afirmou Netanyahu.
Durante o cessar-fogo, 20 reféns israelenses foram libertados e entregues ao Crescente Vermelho, enquanto Israel iniciou a soltura de 250 palestinos condenados à prisão perpétua e 1.700 detidos desde os ataques de outubro de 2023.
Prêmio Nobel e reações internacionais
O presidente do Knesset, Amir Ohana, chegou a afirmar que fará campanha internacional para que Trump seja indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
“Presidente Trump, o senhor é o presidente da paz. Ninguém no mundo fez mais pela paz do que o senhor”, declarou.
Próximos desafios e futuro de Gaza
O encontro da Cúpula da Paz, idealizado por Trump e pelo presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi, acontece nesta sexta-feira (11) no Egito, reunindo representantes de mais de 20 países para discutir o futuro político da Faixa de Gaza.
Mesmo com o cessar-fogo, Netanyahu alertou que ainda há “grandes desafios de segurança pela frente”, e o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que o próximo passo será “a destruição completa dos túneis terroristas do Hamas”, sob coordenação dos Estados Unidos.
“Este é o início de um novo caminho”, disse Netanyahu. “Israel fez o que precisava fazer — e agora é hora de reconstruir a paz.”
Fonte: UOL