PF deflagra operação na Semec em Teresina e investiga desvio de R$ 40 milhões

Ação cumpre 31 mandados e prende quatro suspeitos em apuração sobre peculato, fraudes e rachadinha na educação municipal

Foto: Jade Araujo/Cidadeverde.com

A Polícia Federal realizou, na manhã desta quarta-feira (26), uma operação na sede da Secretaria Municipal de Educação de Teresina (Semec), no Centro da capital. A ação, batizada de Operação Mãos Limpas, contou com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e teve como objetivo aprofundar investigações sobre supostos desvios de recursos públicos, fraudes em contratos e práticas de peculato. Ao todo, foram cumpridos 31 mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária e 27 de busca e apreensão, todos em Teresina.

Segundo apuração, a investigação foi instaurada em 2023 e envolve contratos de terceirização firmados pela pasta nos anos de 2019 e 2022, ainda em execução. Os policiais solicitaram documentos referentes ao período, incluindo contratos, listas de pagamentos, comprovantes e relações de funcionários terceirizados.

Suspeitas e documentos requisitados

O secretário municipal de Educação, Ismael Silva, acompanhou a ação dos investigadores nos setores de Recursos Humanos e Financeiro da Semec. Ele informou que a PF requereu documentos relativos a contratos de terceirização, relações de pagamentos e comprovações financeiras — todos a partir de 2019.

“Trata-se de uma investigação instaurada em 2023, envolvendo possíveis práticas de rachadinha, peculato e corrupção. O processo tramita em segredo de justiça, e apenas agora tivemos acesso às informações repassadas pelo delegado”, declarou o secretário.

Desvio pode ultrapassar R$ 40 milhões

Em nota divulgada às 9h10, a Polícia Federal informou que o objetivo da operação é desarticular um esquema criminoso envolvendo desvio de recursos públicos, fraudes em licitação, peculato, corrupção e lavagem de dinheiro na Prefeitura de Teresina. Cerca de 100 policiais federais e auditores da CGU participaram da ação.

A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de bens e o bloqueio de ativos financeiros dos investigados, ultrapassando R$ 40 milhões, valor estimado do prejuízo aos cofres públicos.

Os nomes dos detidos não foram divulgados, mas, segundo a PF, eles seriam responsáveis pela movimentação financeira ilícita do esquema. Também é investigada a participação de ex-servidores da Semec.

Como funcionava o esquema

A PF informou que as investigações começaram após denúncias envolvendo contratos de terceirização de mão de obra da Semec. As análises apontaram:

• direcionamento contratual;

• uso de empresas de fachada;

• indícios de superfaturamento;

• retenção indevida de parte dos salários de trabalhadores terceirizados;
envolvimento de ex-servidores exonerados em 2025.

Nota da Semec

Em comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que está colaborando integralmente com as autoridades e entregando todos os documentos requisitados, reforçando seu compromisso com a transparência e com o interesse público.

A pasta declarou que as irregularidades investigadas se referem à gestão anterior e reiterou que permanecerá à disposição da Polícia Federal, da CGU e do Tribunal de Contas do Estado para esclarecimentos adicionais.

Fonte: Cidade Verde

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