Supremo determina avanço das apurações após citação de deputado federal e centraliza caso no STF
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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi |
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta segunda-feira (15) a realização de novas diligências no inquérito que investiga supostas irregularidades envolvendo o Banco Master e seus dirigentes. A decisão amplia o alcance das apurações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e estabelece prazo de 30 dias para a adoção de uma série de medidas investigativas.
Entre as providências autorizadas estão a realização de novos depoimentos de investigados e de autoridades do Banco Central que participaram das fiscalizações, além da requisição de informações a órgãos públicos e privados envolvidos no caso. A PF também poderá solicitar novas quebras de sigilo telefônico, caso entenda necessário para o aprofundamento das investigações.
A apuração tem como um dos principais alvos o banqueiro Daniel Vorcaro, sócio do Banco Master. No início deste mês, Toffoli já havia determinado que o inquérito deixasse de tramitar na Justiça Federal em Brasília e passasse a correr no âmbito do STF. A mudança ocorreu após a citação de um deputado federal nas investigações, o que atrai a competência da Corte em razão do foro por prerrogativa de função.
Em novembro, Vorcaro e outros investigados foram alvos da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal para apurar um suposto esquema de concessão de créditos falsos no Banco Master. As investigações também analisam a tentativa de compra da instituição financeira pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público vinculado ao Governo do Distrito Federal. Segundo a PF, as irregularidades sob apuração podem alcançar cifras de até R$ 17 bilhões.
Além de Daniel Vorcaro, também são investigados os ex-diretores do banco Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva, bem como Augusto Ferreira Lima, ex-sócio da instituição. As apurações buscam esclarecer a atuação de cada um no suposto esquema e o impacto das operações financeiras realizadas.
Após a prisão de Vorcaro no curso da operação, sua defesa afirmou que não houve tentativa de fuga do país e que o banqueiro sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com a investigação. Os advogados sustentam que ele pretende esclarecer todos os fatos apurados.
O Banco Regional de Brasília, por sua vez, informou que irá contratar uma auditoria externa independente para apurar os fatos relacionados à tentativa de aquisição do Banco Master. A instituição também declarou que vai investigar eventuais falhas de governança e de controles internos que possam ter contribuído para as irregularidades apontadas.
Com a autorização das novas diligências, a expectativa é de que a Polícia Federal avance na coleta de provas e esclareça o alcance das supostas fraudes, agora sob a supervisão direta do Supremo Tribunal Federal.
Fonte: Agência Brasil
