Lula e Trump conversam por videochamada em meio à tensão diplomática causada pelo tarifaço dos EUA

Presidentes discutem taxação de produtos brasileiros e buscam reduzir tensões comerciais entre os dois países

Foto: AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve, na manhã desta sexta-feira (4), uma conversa por videochamada com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio à crise diplomática provocada pelo tarifaço imposto por Washington a produtos brasileiros.

A nova taxação norte-americana — que chega a 50% sobre itens como café, carne e frutas — colocou o Brasil entre os principais alvos das medidas comerciais. Lula tenta negociar a redução das tarifas, mas reafirmou que “a soberania não é negociável”, destacando que o país não aceitará retaliações políticas travestidas de medidas econômicas.

Segundo fontes do Palácio do Planalto, Trump teria mencionado o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma das razões para as sanções. O governo brasileiro considerou o argumento improcedente, lembrando que o caso está sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF), e não do Executivo.

A videochamada foi acompanhada pelo chanceler Mauro Vieira, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro da Fazenda Fernando Haddad, diretamente do Palácio da Alvorada. Nenhum dos governos divulgou nota oficial até o momento.

A aproximação entre Lula e Trump começou durante a Assembleia-Geral da ONU, em setembro, quando ambos se encontraram pela primeira vez pessoalmente. Na ocasião, após um discurso firme do brasileiro, Trump elogiou Lula publicamente e afirmou que tiveram “uma ótima química”.

Desde então, assessores de ambos os lados vinham articulando um possível encontro presencial, que acabou descartado por conta das agendas lotadas e da tensão crescente no comércio bilateral.

O Planalto mantém a expectativa de que o diálogo reduza o clima de confronto e abra caminho para uma negociação comercial mais equilibrada.
 
Atualização 12:27:

Haddad confirma conversa e diz que foi “positiva”

Após o encontro, o ministro Fernando Haddad confirmou a conversa entre Lula e Trump e classificou o diálogo como “positivo”.
“Vai sair uma nota daqui a pouquinho sobre o tema, dando os detalhes que foram pactuados. O presidente já recomendou a divulgação de uma nota. Nós combinamos que a nota vai ser a expressão do que [aconteceu]”, afirmou o ministro, sem entrar em detalhes adicionais.

A iniciativa de retomar o diálogo direto entre os dois líderes surgiu após o encontro breve durante a Assembleia da ONU, em setembro, onde Lula e Trump trocaram elogios e acenaram para uma reaproximação diplomática.

No entanto, as negociações presenciais seguem incertas devido às agendas cheias de ambos os presidentes, mas fontes do Planalto afirmam que Lula aceitaria visitar os Estados Unidos, desde que fosse recebido oficialmente na Casa Branca como chefe de Estado.

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