Ação ocorre em sete estados e no Distrito Federal e mira esquema bilionário de descontos ilegais em aposentadorias e pensões
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Agentes cumprem nova fase da operação Sem Desconto • 09/10/2025 - Divulgação/PF |
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação “Sem Desconto”, que investiga um esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Ao todo, estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, a operação busca aprofundar as investigações sobre crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e ocultação patrimonial. O esquema envolvia a cobrança de valores de aposentados e pensionistas em nome de sindicatos e associações fictícias, sem autorização dos beneficiários.
A nova fase é um desdobramento das investigações iniciadas em abril, quando foi revelado um rombo bilionário de cerca de R$ 6 bilhões. Desde então, a PF vem cumprindo uma série de mandados e prisões preventivas.
Em uma das etapas anteriores, realizada em 12 de setembro, foram presos Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como intermediário entre entidades fraudulentas e servidores do Instituto, e o empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser um dos beneficiários finais do esquema.
Segundo a PF, pessoas físicas e jurídicas ligadas ao “Careca do INSS” movimentaram mais de R$ 53,5 milhões provenientes de associações que descontavam valores de aposentadorias e pensões sem consentimento. Parte desse montante teria sido repassada a servidores e familiares ligados ao INSS.
Durante depoimento à CPMI do INSS, no último dia 25, o “Careca do INSS” negou envolvimento nas fraudes e afirmou que sua atuação estava restrita à venda de um aplicativo de benefícios, lançado em 2017, sem relação com os débitos automáticos identificados.
A PF reforçou que as investigações seguem em andamento para identificar outros participantes e rastrear o destino dos recursos desviados, além de responsabilizar servidores e empresários que tenham se beneficiado do esquema.
Fonte: CNN Brasil